Os alunos de pós-graduação de Psicobiologia e pesquisadores do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto do Cérebro (ICe), descobriram que os saguis conseguem detectar uma gravidez através de pistas visuais, como mudança da cor e da iluminância da pele.
O questionamento surgiu na década de 1990 e eles analisaram que as fêmeas emitiam sinais para os outros saguis. De acordo com os pesquisadores, a necessidade de sinalizar se dá por questões de sobrevivência e reprodução, pois os machos precisam se preparar fisicamente, inclusive, ganhando peso para cuidar do filhote. Além disso, poderia ser uma forma de a fêmea inibir a gravidez de uma outra fêmea do mesmo grupo social.
A pesquisa foi realizada com o suporte do Laboratório de Estudos Avançados em Primatas (LEAP) da UFRN, uma colônia de quase 200 saguis. Quatro fêmeas de sagui comum, seus parceiros reprodutivos e filhotes foram alojadas em área cercada ao ar livre, em condições naturais em temperatura, umidade e iluminação, com acesso à luz do sol, frutas sazonais e ração e em contato parcial com outras famílias de saguis e com a vegetação.
O estudo procurou medir a luminância e cor da pele da região genital e da coxa das fêmeas durante a gravidez. A escolha desses dois elementos se deu porque esses primatas enxergam o espectro de apenas duas cores; já a maior parte das fêmeas consegue visualizar a partir de três pigmentos distintos, com visão semelhante a dos seres humanos. Como a visão dos machos é limitada para as cores foi necessário observar aspectos relacionados a intensidade da luz.
Os resultados sugerem que durante a gravidez período de luminância prevalece para todos os saguis, porém diminui quando chega próximo ao parto. É neste período que somente as fêmeas, portanto, sabem quando uma sagui está pronta para dar a luz.
O artigo científico resultante foi publicado em junho de 2015 na revista científica on-line PLoS ONE. Para vê-lo, acesse: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0129319.