A auditora do trabalho paraibana, radicada no Rio Grande do Norte, Marinalva Dantas, de 61 anos, recebeu, na noite desta terça-feira (6), o Prêmio Cláudia na categoria de políticas públicas. Esta premiação, fornecida pela revista homônima, tem a intenção de destacar mulheres em diversas áreas tanto no Brasil quanto na América Latina. Qual a importância de Dantas? Ela conseguiu libertar mais de duas mil pessoas da escravidão.
Dantas nasceu em Campina Grande (PB), mas foi criada pelos seus tios em Natal (RN), pois seus pais não tinham as melhores condições financeiras. Formou-se em direito e em 1984 passou em um concurso público para auditora fiscal do trabalho. Então, ela começa a sua caçada contra a escravidão e viajou em diversos lugares, onde os trabalhadores estavam em condições degradantes e sem direitos trabalhistas. Marinalva viu pessoas sem condições sanitárias, tendo que se alimentar com comida podre ou não haver algum local para dormir.
A auditora também viu muitas crianças sendo forçadas a trabalhar e não ter direito de estudar ou ter algum lazer, fazendo com que a infância desses garotos fossem roubadas.
A sua luta lhe tornou uma personalidade conhecida. Ao longo dos anos apareceu em reportagens e deu inúmeras entrevistas. Conseguiu desmascarar muitos homens poderosos e, por isso, foi ameaçadas várias vezes de morte por ter libertado muitas pessoas em condições bastante desumanas.
Em 2004, Dantas foi para Brasília ser diretora da Divisão de Articulação de Combate ao Trabalho Infantil. Atualmente, ela está trabalhando em Natal ainda no cargo de auditora do trabalho, lutando ainda com as condições desumanas de trabalho e também o tráfico de pessoas. Apesar das grandes adversidades, ela ainda acredita que a escravidão venha a ser dizimada.
A história de seu trabalho foi contada em um livro pelo jornalista pernambucano Klester Cavalcanti, intitulado de “A Dama da Liberdade”.