Ontem, segunda-feira (12), foi o dia das crianças e é neste período que as crianças ganham novos brinquedos e saem de casa para brincá-los. A data é reconhecida por homenagear os pequeninos. Em 12 de outubro de 1923, a cidade do Rio de Janeiro sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa, que foi aprovado.
Somente em 1955, todavia, a data começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing elaborada por uma indústria de brinquedos. É neste período que as crianças comemoram a partir de diversas atividades culturais promovidas por órgãos públicos ou privados.
Outubro de 2015 ficou conhecido por ser a comemoração de 1 ano da Cidade da Criança ter reaberto novamente, após anos fechado para reforma. A Avenida Rodrigues Alves (e ruas paralelas), no bairro do Tirol, estava lotada de carros e muitos pais tiveram que fazer uma longa caminhada de um quilômetro para chegar até o parque e poder usufruir das coisas existentes.
A diversão era garantida na fila, onde os vendedores vendiam acarajé, algodão doce, sorvete de bola, refrigerante, castanha, biscoito polvilho e tudo que faz lembrar a velha infância. A fila era rápida e não demoramos muito para entrar. Na porta havia um auto-falante dizendo: “Bem-vindo à Cidade da Criança” e em seguida tocava um jingle. Estava me sentindo no Hopi Hari.
Foi inaugurada na década de 60 e é conhecida por marcar a infância de idosos, adultos e adolescentes da cidade. Essa vibe é sentida pelos visitantes quando já entram na fila e, claro, nós fomos brechar o mais tradicional dia das crianças de Natal, apesar da programação ter sido divulgada quase em cima da hora.
Apesar de ter uma rede wi-fi de graça, poucos estavam mexendo nos celulares, com exceção daqueles que estavam fotografando os grandes momentos.
As atividades começaram desde a véspera da data. Desde cedo, o local tinha contação de histórias, apresentação de peça de teatro, espetáculos de balé e dentre outras coisas. Era bonito ver os olhos de todos brilhando. “Nossa, o balé é muito bonito, as meninas estão dançando maravilhosamente”, disse uma das mães que estava do meu lado enquanto fotografava.
O balé era da Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM), uma das mais tradicionais da cidade. Após a apresentação, as garotas rapidamente foram procuradas para serem fotografadas pelos visitantes e, em seguida, elas ficaram admirando a beleza da Lagoa Manoel Felipe, que fica às margens da Cidade da Criança.
Geralmente, quando a gente vai para eventos infantis, muitos pais ficam apreensivos por diversas razões, tais como: medo do filho fazer birra, teme que a criança tenha uma queda feia ou arranje confusão.
– Mãe, posso ir ao pedalinho?
– Mãe, tem um minion ali – se referindo aos Minions feito por pneus no jardim
– Pai, olha as galinhas dentro do parque – sorriu uma das garotas enquanto via os animais existentes
– Posso comprar uma tapioca?
Era um dia diferente, onde a distância do adulto e criança não existia. Os pais e filhos poderiam conversar de igual para igual, sem se preocupar se tinha dinheiro para pagar escola ou comer. Os papais, mamães, titios ou vovôs também andaram de pedalinho na lagoa, comeram algodão doce, leram livros infantis, sentaram na grama, fizeram piqueniques, brincaram de triciclo ou assistaram as apresentações.
O local tinha várias opções, desde visitar a casa da vovó, comprar uma boneca de pano produzido por artesãs potiguares, ou ficar vendo um museu de arte com artistas da terrinha. Tudo isso de grátis acesso a todos. Além disso, havia cama elástica e brinquedos infláveis para toda a criançada.
Haviam idosos que estavam lá para relembrar os velhos tempos. Com uma câmera na mão, alguns registravam as modificações que tiveram após a reforma. “Todo mundo lembra o dia das Crianças no Parque das Dunas, mas aqui tem bem mais coisas e é de graça. Deveriam investir mais neste lugar”, disse uma das pessoas enquanto caminhava pelo parque.
Também era um local romântico, no qual muitos casais caminharam em volta ao parque e se divertiram com a leveza existente. Eram muitos que estavam andando de mãos dadas ou sentados nos banquinhos. O dia das crianças me deu um ensinamento muito importante: “Ainda temos o lado doce e infantil, mesmo que queiramos esconder”.
Confira as fotos a seguir: