Manter o patrimônio cultural vivo. Esta foi a proposta do grupo [R]existe Reis Magos, que protestaram na tarde deste domingo (4) contra o abandono e a possível demolição do Hotel Reis Magos, conhecido por ser o primeiro hotel de grande porte instalado na cidade.
“O Hotel Reis Magos é importante para a cultura natalense. Além disso, a derrubada do prédio pode provocar a construção de espigões e ser mais um prédio antigo vítima da especulação imobiliária”, disse o estudante de arquitetura Miguel Ribeiro.
A apresentação contou com a apresentação artísticas de bandas potiguares e debate políticos entre moradores da região e arquitetos. Alguns propuseram como hospital, espaço cultural, centro de velório, parque para os moradores, museu e dentre outras propostas.
De acordo com o organizador Caio Higor, o objetivo é mostrar o descaso com os prédios antigos da capital potiguar. “Ninguém mais está se importando com o Hotel Reis Magos. O espaço pode ser transformado em um local de acesso da população. Não queremos que seja mais um prédio descaracterizado”, comentou.
O jovem Gilberto Mousinho saiu do Alecrim para protestar contra a derrubada do estabelecimento. “Isto é um patrimônio da cidade, ele serve para as pessoas como ponto de referência e traz uma história aos moradores da Praia do Meio“, afirmou.
A intenção do grupo é apontar que é possível recuperar algo que está abandonado. Em 1995, o edifício de propriedade do Governo do Estado foi privatizado e entregue para um grupo, no qual prometeu revitalizar e conservar o imóvel. O local atualmente é cuidado por um zelador que mora no local.
Entretanto, algumas pessoas demonstraram contrários a permanência do prédio, como o morador Ezequiel Morais, que vive na Rua do Motor. “Eu tenho muitos jovens dentro da comunidade, que estão na marginalidade. Alguns não têm oportunidade de emprego. Se construírem um shopping no lugar deste hotel, vai fornecer muito emprego para nós moradores”, contou.
Um dos objetivos do grupo é tombar o prédio para garantir que isto fez parte da história. Tombar é abrir espaço para atualizações tecnológicas e funcionais dentro do edifício.
O álbum da manifestação pode ser conferido a seguir (Fotos: Lara Paiva):