A tarde deste domingo (4) foi marcado por uma discussão: Será que vale a pena demolir o Hotel Reis Magos? O que acontecerá caso este prédio seja demolido? Que coisas poderiam ser utilizadas naquele hotel abandonado?. Foram esses questionamentos que marcaram o protesto contra a demolição do prédio, abandonado há 20 anos, após a sua privatização.
O que os moradores pensam sobre o assunto? Eles são contra ou a favor da demolição do prédio? Foram com estes questionamentos que nós do Brechando fomos perguntar aos moradores sobre este assunto.
Os depoimentos poderão ser conferidos a seguir:
Victor Costa (meio) e Pedro Henrique Carvalho (direita)
Victor: “Sou contra a destruição deste hotel, mas ficar deste jeito não pode. Sou a favor que este prédio seja reformado, pois derrubar não vai dar em nada. Moro aqui desde que nasci e desde sempre eu vi o hotel desse jeito, destruído e acabado. O problema [do prédio] é que ele traz muito lixo e consequentemente muitos insetos para quem mora por perto.”.
Pedro: “Isto é um patrimônio cultural da cidade, esta é a imagem da cidade quando as pessoas vem nos visitar. Eu também só vi o prédio desse jeito. O maior problema é que as pessoas não vão ter uma boa imagem da Praia do Meio com o hotel desta forma.”.
Eleno Soares
“Esse prédio está muito tempo desse jeito e ninguém faz nada para melhorá-lo. O hotel não pode ser derrubado, pois os donos do prédio têm que fazer uma reforma e botar para funcionar novamente, porque vai trazer mais emprego para os moradores. Eu moro aqui há 20 anos e ninguém faz nada. Cada dia está se destruindo.”.
Dalva Maria
“Eu nasci aqui na Praia do Meio. O hotel foi muitíssimo importante para nós moradores. Ele era imenso e teve uma importante participação para a comunidade, mas as pessoas deixaram desse jeito, morrendo. Tem que reformá-lo, pois demolir vai acabar com a nossa história. Lembro quando começou a ser construído e todos achavam que o bairro iria prosperar, mas não foi isso que aconteceu. Infelizmente, as coisas de Natal não conseguem ser preservadas, não tem força moral. A gente não valoriza a história da gente, só o que vem de fora. “.
Antônio Bezerra
“A estrutura do hotel está bastante precária, infelizmente não vai dar para revitalizar. Sou a favor que construam um prédio do mesmo jeito de antes. Este foi o primeiro hotel internacional do nosso estado. Moro aqui há 52 anos e cheguei a trabalhar no hotel. Antes, o terreno havia uma lagoa que as lavandeiras lavavam as roupas. A inauguração foi no dia 7 de setembro de 1965, eu lembro que foi uma festa muito bonita. Os moradores chegaram a ter acesso ao local. Foi um erro dos empresários que compraram não lhe revitalizar.’.