O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel foi fundado na década de 1970 e é a maior unidade de saúde de urgência do estado. Muitos pacientes do interior do Rio Grande do Norte vem para a cidade com a intenção de receber o melhor atendimento possível, apesar da imprensa noticiar a superlotação e de pessoas que ficam esperando um atendimento nos corredores.
Recentemente, a Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap) divulgou um dado bastante interessante. Somente este ano, 20% das internações registradas de pacientes sem identificação eram de moradores de rua violentados, dependentes químicos ou alcóolatras, com estado grave de saúde.
Na grande maioria das vezes, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é o responsável pelos primeiros socorros, remoção e transporte destes pacientes para o Walfredo Gurgel. Em algumas situações, contudo, não é possível salvar a vida da vítima, tamanha a gravidade do caso.
O mais recente paciente atendido pelo HMWG a se enquadrar nesse perfil foi admitido no último dia 23 e segue internado na sala de observação I. Transportado ao Walfredo Gurgel pelo Samu, o paciente foi socorrido com sinais claros de embriaguez, aparentando 50 anos, cerca de 64 kg, aproximadamente 1,61 m de altura, pele de cor branca e cabelos pretos lisos.
Ao Walfredo Gurgel o Serviço de Atendimento disse que a vítima era moradora de rua e que possui histórico de insuficiência respiratória e alcoolismo.
A direção se preocupa estes casos, principalmente pelo fato destes moradores viverem em situações impróprias e envolvidas em situação de autodestruição.
Quando não vão a óbito, estes pacientes necessitam de longos períodos de internação para a total recuperação de seu bom estado de saúde. Nestas situações, um mesmo leito pode permanecer meses sem rotatividade, contribuindo para o inchaço dos corredores.
Devido ao perfil de desassistência social, a alta médica, para estas pessoas, nem sempre é a solução. Como não possuem residência fixa, trabalho ou familiares, o hospital não pode liberar o doente sem que, antes, ele tenha um abrigo para moradia e alimentação.
Em suma, a direção não pode simplesmente devolver o paciente para a rua. É preciso encontrar algum serviço que o acolha e o proteja.
Além disso, não seria correto encaminhar este cidadão que não possui a menor condição social de sobrevivência, de volta para a rua, uma vez que é garantido pela Constituição de nosso país, o direito a todo o amparo social (habitação, alimentação, saúde e lazer).
No município de Natal há uma carência no número de abrigos que recebem moradores de rua. E, mesmo estando de alta, enquanto não conseguimos para onde levar esse paciente, ele fica internado.
O serviço social tem como rotina, o encaminhamento desses pacientes para a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtas), porém, o período de aguardo para alguma solução é sempre muito longo, incompatível com a realidade do hospital.
Deixe um comentário