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Violência contra Mulher: Como seria minha redação do Enem

No último domingo (25), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve como tema para a prova de redação debatendo sobre a “Violência Contra Mulher”. Apesar de alguns considerarem o tema como “ousado”, a desigualdade e violência entre os dois gêneros ainda persistem no Brasil e em outros países, inclusive aqueles considerados “desenvolvidos”. Apesar do…

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No último domingo (25), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve como tema para a prova de redação debatendo sobre a “Violência Contra Mulher”. Apesar de alguns considerarem o tema como “ousado”, a desigualdade e violência entre os dois gêneros ainda persistem no Brasil e em outros países, inclusive aqueles considerados “desenvolvidos”.

Apesar do tema ser maravilhoso, o tema é muito fácil de fugir e, consequentemente, zerar a prova. Uma feliz coincidência de quando fiz o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o tema era o mesmo, sendo que era para elaborar uma carta aberta para um órgão estadual para criar importância de medidas de combater este tipo de violência, numa época que o caso de Eloá ainda eclodia em nossas cabeças.

Após realizar diversas matérias relacionadas à mulher aqui no Brechando, eu resolvi criar uma matéria mostrando um texto de como faria uma redação para o exame. Confira a seguir:

João namora Maria há anos e guardam um segredo. Ele é ciumento possessivo, lhe agride, a chama de feia, escolhe as suas roupas e maquiagem, fica espiando as suas contas na internet, morre de medo de traição e sempre quer saber com quem anda.  É ele quem escolhe a hora de se relacionar sexualmente e sempre diz que Maria é a culpada pelas brigas. Ela acredita.

O casal é fictício, mas os acontecimentos são reais. É um retrato de um relacionamento abusivo, o início para a violência contra a mulher. Apesar da agressão contra o gênero feminino não acontecer somente entre casais, segundo a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, 70% das vítimas que telefonaram ao 180, serviço telefônico para denunciar este tipo de violência, foram agredidas pelos companheiros.

No ano de 2014, a mesma Secretaria apontou que a maioria das denúncias são idênticas da história citada acima. As estatísticas apontam que as pessoas do gênero feminino (independente se for cis ou trans) sofrem mais com a violência física (51,68%) e em seguida vem a psicológica (31,81%), moral (9,68%), e sexual (2,86%).  

Por que acontece?  Sociedade patriarcal? Sim, seja na Grécia ou no Brasil Colônia, o homem masculino sempre foi tratado como um “ser perfeito”.  Apesar de ter uma lei que pune à agressão contra mulher, a Maria da Penha, isto não vai acabar com a violência.  O que precisa? Educação familiar e escolar, principalmente aos garotos que são ensinados cotidianamente “a se comportar como homem”, como um super-herói ou Falcon, o boneco.

Desde a barriga da mãe, os meninos já são ensinados a serem heterossexuais, namorarem quantas meninas quiser, fazer sexo na hora quando quer, mandar em todos e “será um cara macho”. Enquanto a mulher tem que ser tratada como uma princesa, que não pode fazer as mesmas coisas que os meninos e sempre ser solícita, pois “ela não é um homem”.  O que precisa mostrar aos dois gêneros, de forma didática e cotidiana, que são seres humanos, que apesar das diferenças anatômicas, eles participam de um mesmo convívio social, pensam, leem, escrevem, sentem dores, choram, possuem dúvidas e que podem fazer as mesmas atividades sociais.

Apesar do feminismo conseguir, como o direito ao voto e trabalho. Porém, o grupo ainda não destruiu o real sintoma: o machismo. Portanto, tem que lutar para punições mais severas aos adultos que realizam este ano dentro da Maria da Penha e os jovens a partir de debates.

 

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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