Partimos logo cedo de Natal o Rodrigo e eu, Leandro, rumo a João Pessoa. Ambos somos membros assíduos do Clube Poliglota Natal. Facilitadores, alguns diriam. Pegamos carona com uma moça interessante, a Renata. Durante a viagem, conversamos sobre idiomas, culturas estrangeiras e experiências com pessoas de diversos países que já tivemos.
Por um tempo, falamos em inglês. A conversa flui e o tempo passa. A viagem de carro torna-se curta. Renata diz que estudou alemão por vários anos mas que não pratica há tempos. Eu tento falar alguma coisa com ela na língua, mas sai pouca coisa: só estudei o idioma por um ano em casa e estou parado há mais de um ano. Surge o Esperanto na conversa. Renata fica interessada. Rodrigo conta detalhadamente a história da língua, criada por um polonês no fim do século 19 com o objetivo de ser a língua neutra e segunda dos povos. Rodrigo e eu estudamos Esperanto há alguns meses. Como é um idioma muito simples, já conseguimos trocar ideias usando o Esperanto. Renata nos pede para conversar por um ou dois minutos, a fim de ouvir a sonoridade.
Chegamos à cidade e nos despedimos dela. Um “até breve” é dito, já que planejamos um encontro poliglota em Natal em breve. Havíamos combinado com Edson, um baiano que mora há cinco meses em João Pessoa, uma hospedagem de dois dias. Ele é membro do embrionário mas promissor Clube Poliglota João Pessoa. No dia seguinte, teríamos a confirmação da potencialidade do clube.
No carro, Edson nos conta do seu desejo de aprender inglês e demonstra empenho e foco no aprendizado. Fala da metodologia do curso que está fazendo. Assim que chegamos ao apartamento dele, partimos para almoçar em um local próximo. Rodrigo e eu não perdemos tempo e pegamos um ônibus em direção ao zoológico da cidade, conhecido pelo nome de Bica. Vemos encantados os diversos animais, como macacos, aves, répteis, o leão e o elefante. Com algum tempo, recebemos uma moça chamada Ana Pinho e um rapaz de nome Marcos. Ana é uma das participantes do clube. Havíamos falado no grupo do Whatsapp do clube que estaríamos lá. Ana não perdeu tempo. Ela pretende aprender inglês. Marcos e Rodrigo falam um pouco sobre Esperanto, enquanto eu converso com Ana em inglês.
Encontramos dois amigos deles lá. Saímos satisfeitos: além de praticar idiomas de forma agradável, também vimos um zoológico de boa estrutura e diversidade. Coisa que falta à nossa cidade, Natal.
De lá, fomos ao shopping comer uma pizza e voltamos para o apartamento do Edson, de quem já falamos. Ficamos conversando em inglês e assistindo a conteúdos no idioma, como filmes e animações. Fomos dormir cedo pois o dia seguinte também seria cheio. Iríamos ao Jardim Botânico, uma verdadeira mata dentro de João Pessoa. Acordamos cedo e partirmos no carro do Edson.
Pensei que o jardim zoológico não seria superado, mas me enganei: foi difícil decidir qual fornecia a melhor experiência. Convidamos os falantes de Esperanto da cidade para o passeio. Nosso amigo Lívio apareceu. Marcos e Ana também. Lívio é um esperantista que conhecemos no congresso de Esperanto do Nordeste, em Campina Grande (PB), em fevereiro deste ano, que mora na capital paraibana. Foi um passeio agradável. Ouvíamos as observações do guia da trilha, que durou mais de duas horas. Mas conseguíamos reservar um tempo para praticar idiomas. Falei algum tempo em inglês com Edson.
Resolvi fazer um vídeo da trilha todo em Esperanto. A língua mostra-se de fato estupenda. Eu, com dois meses de aprendizado e prática, pude falar quase tudo que pretendia expressar. Lívio, falante experiente, contribuiu muito para o vídeo. Além de Rodrigo, claro. Espero editar o vídeo logo e criar um canal específico de Esperanto.
Após a trilha, conversamos um pouco sobre diferenças culturais entre as capitais nordestinas. Decidimos ir almoçar. Feijoada. Fomos Edson, Ana, Marcos, Rodrigo e eu. O papo, como de costume, foi divertido. De lá, fomos para o apartamento do Edson relaxar um pouco antes do tão esperado primeiro encontro oficial do Clube João Pessoa. A comida pesada me deixou sonolento. Edson, solícito, preparou um café forte que me despertou em minutos. Chegamos uma hora antes do horário marcado ao shopping Mangabeira, um dos principais da cidade, onde ocorreria a primeira reunião. A primeira pessoa a chegar além de nós – Edson, Rodrigo e eu – foi uma garota alemã, chamada Sil.
Conversamos por uns vinte minutos, parte em inglês e parte em português. E falou que soube do encontro por meio do evento que criamos na plataforma couchsurfing.
Outros participantes começaram a chegar. Um deles nosso colega Lívio. Rodrigo resumiu a proposta do Clube Poliglota tal como é feita nos clubes de diversas grandes cidades do mundo. Com pouco mais de uma hora de reunião, temos que sair para não perdermos o ônibus para Natal. O encontro segue sem nós. O Clube Poliglota João Pessoa estava fundado. Voltamos para Natal cansados, mas contentes.
O encontro oficial ocorre, a partir de agora, todos os sábados, das 17h às 19h, nas mesas da varanda do terceiro andar do Shopping Mangabeira. Mas como fazemos em Natal, qualquer membro do clube tem o direito de sugerir atividades extras para os demais membros, usando os diversos mecanismos, como eventos no facebook e no site ou aplicado do couchsurfing, o grupo no whatsapp etc.
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