Esta casa que fica entre a Policlínica Carlos Passos e o Teatro Alberto Maranhão foi a primeira Faculdade de Direito de Natal. A residência que formou importantes figuras do Rio Grande do Norte fica na Praça Augusto Severo e há anos existem vários planos de revitalização. O prédio é tombado, mas os sinais de abandono mostram que as pessoas ignoram a importância histórica do mesmo. O mesmo também foi sede do colégio Atheneu.
Em 1905 foi inaugurada a Praça Augusto Severo, homenageando um dos pioneiros da aviação. À sua volta, vários prédios foram construídos e entre eles, o Grupo Escolar com o mesmo nome.
O colégio foi idealizado por Augusto Tavares de Lira, em 1906, que queria renovar a educação potiguar. Mas, este não pode construí-lo, pois abandonou o posto de governador para servir como Ministro da Justiça, quando Afonso Pena era Presidente da República. Então, Antônio José de Melo e Sousa, sucessor de Tavares de Lira, começou a obra, após contratar o arquiteto Herculano Ramos.
A arquitetura do prédio foi inspirada no estilo Art Nouveau. Em 12 de junho de 1908, o prédio foi inaugurado pelo governador Alberto Maranhão. Entre 1911 e 1914, o Grupo Escolar Augusto Severo abrigou a Escola Normal e a partir de 1914, tornou-se a Escola Isolada Noturna da Ribeira. Por dois anos, o colégio Atheneu Norte-Rio Grandense ocupou o edifício.
A Faculdade de Direito de Natal foi fundada em 1949, mas só foi efetivamente instalada e autorizada em 1954. O primeiro vestibular só ocorreu no ano seguinte, 1956, quando aconteceu o início das atividades letivas.Naquela época, o processo seletivo se dava da seguinte forma: ocorria uma avaliação por meio de uma banca, que realizava uma espécie de sabatina com os candidatos.
O local já presenciou muitos momentos históricos, como a greve de 1957, quando o governador Dinarte Mariz interferiu nas nomeações dos professores do curso. Os alunos, portanto, exigiram a realização de um concurso para a seleção dos professores, decidindo que até a resolução do problema o corpo discente permaneceria em greve. Após vários dias de protestos, que paralisaram a Faculdade, o governo cedeu e exonerou o professor que havia sido nomeado indevidamente, decidindo iniciar processo seletivo para docentes.
No ano de 1974, o Curso de Direito foi transferido para o Campus Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Lagoa Nova.
Depois, o prédio passou a ser ocupado por algumas secretarias do Governo do Estado, como a Secretaria de Segurança Pública. A estrutura é tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Após o Governo Estadual se retirar do prédio, este foi devolvido à UFRN.