Nome é Phabullo Rodrigues da Silva, apesar do PH, se pronuncia “Pabulo”. Nasceu em São Luís e tem 22 anos. Trabalhar com a música pop sempre foi o seu sonho, mas todo artista precisa ter um diferencial. Então, resolveu usar a drag Pabllo Vittar, que ganhou notoriedade em 2015, devido ao videoclipe da sua música “Open Bar”, uma versão em português de “Lean On”, do Major Lazer, que mistura pop e samba, e é um dos vídeos dos brasileiros mais vistos no You Tube.
O sucesso dela foi tão grande, que ela se tornou a estrela principal da Parada LGBT de São Paulo neste ano e está pronta para quebrar os padrões estabelecidos pela sociedade. A entrevista aconteceu após uma troca de e-mails.
“Só mudei a grafia para descomplicar um pouco e Vittar é uma homenagem à uma drag que me ajudou muito no começo.”, explicou a drag, que se mudou na adolescência para Uberlândia, interior de Minas Gerais, e antes da carreira de cantora começou a se montar como drag.
O sucesso da Pabllo é tão grande que o seu mais novo single “K.O” tem mais de 50 milhões de visualizações no You Tube e rendeu covers de vários artistas, além de ter sido chamada para fazer um show no Spotted Fest em Natal, que aconteceu no dia 01 de julho.
Além disso, o sucesso chamou atenção do Major Lazer, que fez uma música chamada “Na Sua Cara”, interpretada pela Pabllo e a Anitta, estimulando, assim, o sucesso internacional das duas. “Se der tempo, além dos clipes com o Major Lazer/Anitta e com a Preta Gil, pretendo lançar pelo menos mais dois clipes meus até o final do ano.”.
Será que isso estimula outras drags a trabalhar com música? A Pabllo responde que existe este feedback: “sso é incrível. O mundo precisa da arte drag para ser mais colorido e leve, que as drags dominem tudo, por favor (risos)”.
Apesar do sucesso como drag, ela conta que a homofobia ainda é presente no seu cotidiano, principalmente através de ataques virtuais na internet. “Claro que sim, ele fica mais escondido, principalmente por trás de perfis falsos nas redes sociais, e velado quando ao vivo além de um pouco mais brando. Mas ele está presente no meu dia a dia também”, disse.
Para a cantora, ainda falta respeito para que os LGBTs tenham diferentes iguais e entender que as pessoas não podem seguir o mesmo padrão. “Respeite a identidade, as escolhas e os gostos das outras pessoas. Se não interfere na sua vida de forma negativa não existe motivo para “combater”, não é mesmo?”.
Além disso, ela acredita que esses assuntos precisam sair de ambientes acadêmicos e serem discutidos em outros lugares, como reuniões de família e bate-papo entre amigos. “Deve ser discutido em todos os lugares e sempre que for possível. Da mesa redonda na universidade ao almoço de domingo de família, do programa na TV paga a programa que passa na tv aberta no sábado a tarde”, finalizou.
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