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História do Royal Cinema de Tonheca Dantas

No cruzamento das ruas Ulisses Caldas e Vigário Bartolomeu existia o Cinema Royal (ou Royal Cinema), que é este na foto acima. Era o único cinema do bairro de Cidade Alta. Na capital potiguar, assistir o filme era um dia muito importante, no qual as pessoas tiravam as melhores roupas do guarda-roupa. Por isso, que…

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No cruzamento das ruas Ulisses Caldas e Vigário Bartolomeu existia o Cinema Royal (ou Royal Cinema), que é este na foto acima. Era o único cinema do bairro de Cidade Alta. Na capital potiguar, assistir o filme era um dia muito importante, no qual as pessoas tiravam as melhores roupas do guarda-roupa. Por isso, que os rapazes estão de terno. Foi neste cinema que inspirou a valsa de mesmo nome, do compositor Tonheca Dantas, que trabalhava no cinema.

A canção pode ser escutada a seguir:

O Cinema Royal foi inaugurado em 1913, dois anos após do Polytheama.  Era lá que exibia os sucessos americanos do momento e depois do filme as pessoas utilizavam as dependências do estabelecimento para paquerar e fazer um lanchinho. No Royal Cinema eram exibidos os filmes mudos, mas apenas em 1931 começou a exibir filmes sonoros, como “O Cantor de Jazz”, considerado o primeiro filme deste gênero.

Os pianistas mais conhecidos que tocavam no Royal foram Generosa Garcia, Garibaldi Romano e o popularíssimo Paulo Lyra; o piano solista era para as sessões comuns e dias de semana.

De acordo com o site do Gomes de Melo, nos dias especiais, com festas ou solenidades, tocava um conjunto, como o composto por Paulo Lyra ao piano, Manoel Prudêncio Petit na Flauta, Cândido Freire no saxofone, Calazans Carneiro no contrabaixo e João Cosme na bateria.

Um grupo que tocou durante longos períodos no Royal Cinema era formado por Educardo Medeiros ao Violão, Tibiro no saxofone e Tonheca no “clarinete”. O repertório era o comum para a época e as músicas se adaptavam ao tipo de cena que o filme apresentava; música alegre para filmes cômicos e langorosas valsas para cenas românticas.

Para melhorar o ambiente introduzindo músicas novas, o proprietário do Royal Cinema encomendou a Tonheca, já conhecido como compositor, uma valsa para ser tocada na abertura das sessões. Foi assim que surgiu o Royal Cinema, que ficou famosa no mundo inteiro na Segunda Guerra Mundial através das transmissões da rádio BBC. Hoje é tocada em orquestras, bailes e em todos os lugares.

O Royal Cinema fechou ainda na década de 30, por não conseguir acompanhar a modernização dos cinemas.

Hoje, sua fachada se encontra toda descaracterizada e funciona uma das unidades do Procon. Veja a seguir a foto de Lívio Oliveira:

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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