Novamente, uma ONG mexicana ressaltou que Natal é a cidade mais violenta do Brasil e uma das mais perigosas de viver no mundo todo. A ONG se baseia de dados pesquisados por fontes acadêmicas. Mas, não precisa fazer uma grande pesquisa para saber que Natal está violenta. A capital, desde sempre, foi violenta por si só. Não precisa de urbanização e uma ampla pesquisa para saber que chegamos por onde devido às nossas atitudes.
Natal é uma cidade violenta, onde a gente xinga os governantes por qualquer coisa, mas trata qualquer político que está há anos no poder sem fazer nada como uma grande celebridade global. A violência da capital do Rio Grande do Norte começa quando a gente esconde a periferia da cidade com grandes prédios de luxo de mais de um milhão na orla das praias urbanas para mostrar que aqui não existe favela. São nestes prédios que vivem juízes, promotores e parlamentares que dizem que querem lutar por um estado melhor, mas ficam implicando se uma escola está ensinado Karl Marx, achando que está fazendo uma doutrinação comunista.
Capital potiguar é perigosa quando os governantes, com sua incompetência, fazem serviços mal feitos, licitações duvidosas e obras de qualidade estranha, no qual quando acontece algum problema bota culpa na gestão anterior ou na atual. Ou quando um prefeito e governador não se reúnem por uma causa comum por motivos políticos e botam os seus respectivos partidos acima da população.
A gente sabe que ela é perigosa quando só existe um (apenas) albergue público para abrigar os moradores de rua na cidade, que fica no bairro da Ribeira, onde sabemos que existem outros nas quatro zonas Urbanas de Natal. Por falar em moradores de rua, alguns frequentadores de bairro adoram os utilizar como bobo da corte, principalmente aqueles que possuem problemas mentais, onde os embebedam e até drogam para que eles depois façam terríveis atrocidades. É uma cidade que fica tirando sarro das prostitutas travestis que ficam na Avenida Roberto Freire somente pelo fato de fazer programa, mas não dão oportunidades para ela crescer na vida, como entrar numa universidade ou arranjar um simples emprego de recepcionista.
Enquanto a capital está sendo 100% saneada (dizem, não é), os esgotos ainda correm a céu aberto em Mãe Luíza e Quintas, fazendo com que o mal cheiro seja apenas algo banal. Enquanto a Roberto Freire está iluminada e 100% asfaltada, algumas principais vias da zona Norte ainda são de chão de terra batida e com pouca luminosidade durante noite.
O perigo de Natal é mais alarmante quando sabemos que o nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o IDEB, é considerado um dos mais baixos do país, fazendo com que adolescentes de 15 anos saiam da escola. Enquanto, a zona Sul é cheia de escolas e as pessoas chegam pagar mais de mil reais para que o filho escute enxurradas de conteúdos apenas para passar no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), o Paço da Pátria tem apenas uma para estudantes de Ensino Básico. A maioria dos assassinatos de adolescentes na cidade são por conta de drogas e quase todos moram na periferia. Sim, quase todos os jovens mortos da cidade possuem pele negra e parda.
A violência de Natal está tão comum quando entra qualquer pessoa pedindo dinheiro no ônibus, principalmente os vendedores de bala, a gente já esconde o celular pensando que é ladrão. Ou a gente olha torto os garotinhos que ficam olhando fixamente pelas belas vitrines dos shoppings da cidade. Realmente, a gente pede mais policiamento, enquanto a turma da periferia denuncia atrocidades que a polícia faz.
Realmente, Natal está mais violenta e não é de hoje.
Deixe um comentário