Um grupo criou um espaço chamado “Mapa do Acolhimento”, que mapeia a quantidade de terapeutas que atendem mulheres vítimas de violência em várias cidades do Brasil, principalmente das vítimas de estupro.
A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. De acordo com uma pesquisa feita pelo IPEA, cerca de 527 mil pessoas são estupradas por ano no país, sendo que 89% da vítima destes atos violentos são mulheres.
O Mapa é organizado pelo grupo #AgoraÉQueSãoElas, que surgiu em 2015, quando mulheres ocuparam, por uma semana, espaços de fala masculinos na grande imprensa e nas mídias alternativas. Desde então, o grupo de feministas que liderou esta ação seguem lutando pelos direitos da mulher – em especial o direito de contar suas histórias sem mediadores.
O #AgoraÉQueSãoElas mantém uma coluna digital na Folha de S. Paulo, um espaço para vozes femininas e feministas falarem de política e desigualdade de gênero. A coluna é editada por Alessandra Orofino, Ana Carolina Evangelista, Antonia Pellegrino e Manoela Miklos.
As meninas criaram este mapa junto com o Nossas Cidades, uma organização que através do desenvolvimento de tecnologias e da consolidação de conhecimento, criaram uma redes de cidadãos mobilizados em prol de causas locais. Eles procuram compartilhar conhecimento, talento e tecnologia para criar e divulgar mobilizações que aproximem as cidades que vivemos das cidades que queremos, precisamos e sonhamos.
Este mapa foi criado a partir das mais de duas mil voluntárias que se dispuseram a avaliar serviços públicos de atendimento a vítimas de violência sexual no Brasil. O objetivo é mostrar a quantidade de instituições que ajudam as mulheres vítimas de violência, física ou não, no âmbito da saúde. No site existe a opção de ajudar as outras mulheres ou ser ajudada.
Ao todo, mais de 31 mulheres já foram ajudadas graças ao site, que foi desenvolvido em junho deste ano. Até o momento, mais de 10 cidades brasileiras estão neste projeto.
No Rio Grande do Norte, não foi constado algum voluntário ou alguém que pediu para ser ajudada, ao contrário de cidades vizinhas, como Recife e Fortaleza.
Como funciona este acolhimento? As pessoas vítimas da violência procuram o site para encontrar 450 terapeutas voluntários que ajudarão no tratamento para superar este trauma.
“Sabemos que a terapia é um momento delicado, principalmente no seu início quando precisamos falar de situações difíceis que vivemos ou estamos vivendo a uma pessoa que recém conhecemos. É natural nos sentirmos assim, mas existem profissionais dedicadas e dispostas a nos ajudar”, afirmou o grupo no site.
O Mapa está em constante construção. Se você quiser colaborar avaliando serviços públicos especializados neste tipo de atendimento na sua cidade, envie sua avaliação através deste questionário a seguir: bit.ly/AvaliacaoDoAcolhimento.
Além do mapa, elas também mostram as leis que protegem as mulheres de violência, como a Maria da Penha, que neste ano completa 10 anos.
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