Rio Grande do Norte é dividido por 167 municípios e sua área ocupa 3,42% da área do Nordeste. É a 13ª unidade de federação brasileira com o maior número de municípios do país. Algumas cidades possui alguns nomes curiosos e sempre está naqueles sites curiosos na lista de nomes de cidades bizarros do país e isto é uma peculiaridade existente no nosso estado.
Mas você sabe a origem? No meio desta lista falaremos de alguns municípios com nomes engraçados e o porquê deles serem batizados desta forma.
Confira alguns nomes a seguir:
Passa e Fica
Fica na região agreste do Rio Grande do Norte e faz fronteira com a Paraíba. Ocupa uma área de 42,137 km², sendo que 0,3682 km² estão em perímetro urbano. A história da cidade começou no ano de 1929 quando um homem chamado Daniel Laureano de Souza construiu uma casa em um terreno que fica na estrada de Nova Cruz e Serra de São Bento. Assim, surge o povoado.
Foi na sua própria casa que ele montou uma pequena bodega e passou a bancar jogos, vender aguardente aos que por ali passavam. O pequeno negócio tornou-se conhecido de todos, que ao passarem pela estrada eram atraídos a entrar na bodega e não queriam mais sair. Ao longo do tempo o pequeno empreendimento de Daniel Laureano, que começou de maneira improvisada, tomou influência pelas redondezas, dando origem a um pequeno núcleo populacional ao seu redor. Contam que um dos moradores da área, Antônio Luiz Jorge de Oliveira, conhecido como Antônio Lulu, para justificar o sucesso da bodega, dizia que aquele lugar era o passa e fica, e assim surgiu o nome Passa e Fica.
Foi através da Lei no 2.782, do dia 10 de maio de 1962, que Passa e Fica desmembrou-se de Nova Cruz, tornando-se o mais novo município potiguar.
Santo Antônio do Salto da Onça
Outra cidade potiguar localizada na região do Agreste potiguar e fica distante de Natal à 70 quilômetros. Por que este nome? Nas redondezas de que hoje é o município existia uma pedra rachada no meio, com uma fenda. Lá, uma onça foi ferida mortalmente em pleno salto por um calçador, surgindo esta denominação. A organização de um povoamento na área teve início de fato em 1850, quando Ana Joaquina de Pontes, pernambucana, comprou de Florêncio da Costa Palma uma propriedade, estabelecendo-se lá com sua família.
Como fundadora do povoado Salto da Onça, Ana Joaquina de Pontes participou efetivamente do seu desenvolvimento, fortalecendo a atividade agrícola, dinamizando as atividades comerciais com a criação da feira local, construindo casas e doando patrimônio à capela de Nossa Senhora da Conceição.
Por ocasião da celebração da primeira missa, o Vigário de Goianinha, padre Manoel Ferreira Borges, mudou o nome do povoado para Santo Antônio, mas a população estabeleceu outra denominação, Santo Antônio do Salto da Onça unindo história e religiosidade.
O Decreto número 32, de 5 de julho de 1890, criou o município de Santo Antônio, que deixou de pertencer a Goianinha. Em menos de um ano, o Decreto número 102, de 31 de março de 1891, tornou sem efeito a criação do município. Em 8 de janeiro de 1892, por força do Decreto número 6, Santo Antônio voltou a ter autonomia, sendo restaurada sua merecida condição de município do Rio Grande do Norte.
Parnamirim
É a terceira maior cidade do Rio Grande do Norte e fica na região metropolitana de Natal. O seu nome vem da expressão “Paranãmirim” da língua tupi, que significa “rio volumoso pequeno”. Apesar de ainda hoje existirem vários rios e riachos na área que corresponde ao município de Parnamirim, acredita-se que o “Paranã-mirim” conhecido pelos índios potiguares, habitantes da capitania do Rio Grande na época da colonização (século XVII), tenha sido algum curso d’água já desaparecido.
A cidade foi importante para o desenvolvimento da aviação no Brasil. No ano de 1927, foram abertas diversas rotas aéreas no Brasil. Para isso, foram escolhidas algumas áreas ao longo dessas rotas a fim de que se pudesse ser instalada uma rede de aeroportos. Foi, portanto, instalado um campo de pouso que contava com a imediata valorização do restante da sua propriedade. A partir daí, ficou reconhecida a importância de Parnamirim para o desenvolvimento da aviação internacional.
Com o desenrolar da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o governo de Getúlio Vargas assinou, em julho de 1941, um acordo de defesa mútua que cedia áreas para a instalação de bases norte-americanas no Nordeste (em outubro de 1941). A construção das bases naval e aérea, em Natal, seria fruto desses acordos e assim nasceu o Parnamirim Field.
Em termos estratégicos, Parnamirim Field foi a base de um triângulo que apontava para o teatro de operações (o norte da África e o sul da Europa), onde a sorte dos aliados contra os nazistas estava sendo lançada. Este triângulo era identificado nos mapas estratégicos norte-americanos como Trampoline of Victory (trampolim da vitória). Mas foi somente em outubro de 1946, que a Base foi entregue à Força Aérea Brasileira. No mesmo ano foi inaugurada a Estação de Passageiros da Base Aérea de Natal, elevada à condição de Aeroporto Internacional Augusto Severo, em 1951.
Em 23 de dezembro de 1948, foi criado e anexado ao município de Natal o distrito de Parnamirim, elevado à categoria de município apenas dez anos depois, em 17 de dezembro de 1958, desmembrando-se da capital. Em 1973, sem consulta à população local, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte mudou o nome do município para “Eduardo Gomes”. Em 1987, um movimento que reuniu mais de quatro mil assinaturas levou à assembleia a devolver o nome inicial à cidade.
Venha Ver
Venha-Ver é um município brasileiro no interior do estado do Rio Grande do Norte, perto de São Miguel e muito longe de Natal, 454 quilômetros de distância. Faz fronteira entre a Paraíba e o Ceará. Sabia que a cidade só tem 23 anos de vida? Sim, ela foi fundada em 1992.
Uma das curiosidades é que o município de Venha Ver abriga o ponto mais alto do Rio Grande do Norte, a Serra do Coqueiro, e foi emancipado de São Miguel na década de 1990, sendo instalado oficialmente em 1º de janeiro de 1997. Com uma população predominante católica, o município abriga o Santuário Frei Damião, que atrai milhares de fiéis anualmente.
A comunidade de Venha-Ver foi originada por duas famílias: uma de judeus e outra de holandeses. Reza a lenda, que o termo surgiu quando os patriarcas se refere a um namoro entre uma filha de um fazendeiro e um de seus escravos. O fazendeiro ficou descontente com essa amizade, mandando sua filha para uma outra região. Algum tempo depois, o mesmo foi à procura de sua filha em uma manhã, no dia de sua partida, quando recebeu de uma de suas escravas a informação de que sua filha estaria namorando.
O fazendeiro não acreditou na conversa, por isso, a escrava que havia contado essa história chamou a filha do fazendeiro para comprovar que a informação era verdadeira. A escrava, enfrentando o patrão revoltado, disse Venha ver. Algum tempo depois, esse povoado passaria a se chamar de “Venha Ver”.
Outra explicação para a origem do nome é relacionada aos fortes traços de cultura judaica (praticada inconscientemente pela população, que descende principalmente de cristãos novos) e é descrita como uma provável fusão da forma verbal “vem” (forma conjugada da terceira pessoa do singular do presente do indicativo da forma verbal vir, em língua portuguesa) com o termo hebraico “chaver” (que se pronuncia ráver), cujo significado é amigo, companheiro.
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