O Rio Grande do Norte é conhecido por ser bons produtores de bordados e rendas, principalmente na região do Seridó. No entanto, quase não existe cursos técnicos ou de graduação para área de moda, no qual muitos que desejam trabalhar na área tem que se virar para que o seu sonho tenha de se tornar uma realidade. Este é o caso do estilista Fanny Rodrigo, que é estudante de Teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e formado no curso técnico de estilista no Senai em Natal.
Foi neste segundo citado que surgiu a inspiração de trabalhar em fazer roupas em Natal, no qual ele anda com as suas peças customizadas pelas ruas da cidade. Na verdade, isto surgiu bem antes, por meio de familiares, visto que a mãe, tia e avó são costureiras. Portanto, boa parte da infância foi vendo estas mulheres costurando roupas.
“No ano seguinte de integrar ao curso do Senai, eu ganhei um concurso chamado Arte Moda Potiguar, que ganhei 1500 reais para fazer a minha primeira coleção e foi apresentada na Pinacoteca do Estado. No ano seguinte, eu participei de novo deste mesmo concurso, cujas minhas roupas foram mostradas no palco do Teatro Riachuelo, no Midway.”.
Apesar do sucesso, ele tentou procurar trabalhar com os estilistas daqui, porém o mercado de trabalho era muito complicado. “Aqui você tem que trabalhar numa fábrica ou ser modelista numa loja de tecidos. Ainda pode ter muito dinheiro para trabalhar com a sua própria loja”, lamentou.
Foi então que teve a ideia de fazer as suas próprias roupas, fazendo com que chamasse atenção dos amigos, que chegaram a pedir para que ele fizesse trajes parecidos com que o mesmo usasse. Assim nasceu a sua grife “Capim”, no qual desenvolveu sete camisetas que representasse a sua vida, no qual uma falava sobre cinema, animais, arte e dentre outros assuntos.
“Uma delas contém a atriz Marilyn Monroe, por representar o meu amor pelo cinema”, disse.
Essas camisetas começaram a ser vendidas em Fortaleza como uma forma de sustentar na viagem e conseguiu esgotar através do boca a boca.
Após o boca a boca, ele criou coragem e trabalhou na segunda coleção do Capim, baseado nos hieroglifos dos povos do Egito com feitiçaria. “Além disso, é uma forma de fazer visibilidade, pois eu sei que não venderá da mesma forma como a outra. É uma forma de dizer que estou aqui trabalhando com a moda em Natal.”.
Rodrigo reconhece que os seus trajes vestido de forma extravagante e que de uma forma, ou de outra, ajuda a influenciar. “Sinto que revoluciono aonde quer que eu passo. Há um mês estou numa bolsa de pesquisa e as pessoas estão procurando se vestir melhor. A professora, por exemplo, vestia de uma forma mais relaxada e hoje está mais elegante.”.
O nome da coleção se chama “Bruxas”, que é uma forma de criar a própria comunicação através de uma linguagem diferente, parecido com o que a Vivienne Westwood fez na década de 80 sobre a sua vida familiar. “Diferente dela, eu usei os hieroglifos para descrever como está sendo minha vida como estudante de Teatro”, relatou.
Como falamos anteriormente, Fanny está cursando Teatro na UFRN. Inicialmente, ele ingressou não para se formar em ator, mas ajudar na sua formação de estilista. Quer dizer, o seu foco é ser figurinista. “O curso é mais uma forma de formar ao professor, pois é uma licenciatura.”.
Neste meio do teatro, ele conseguiu ser protagonista do filme “Verde Limão”, dirigido por Henrique Arruda, no qual já falamos aqui no Brechando.
Apesar das dificuldades, Fanny disse que a moda sempre ajuda a continuar a querer realizar os seus sonhos. “Não importa quantas vezes posso apanhar, pois a moda me ajuda a me erguer diante dos problemas”, finalizou.
Deixe um comentário