Um dia após a ida ao Comic Con Experience (Para quem não viu o texto, clique aqui), eu resolvi fazer um city tour em Recife e é possível ver coisas interessantes na cidade. A cidade conhecida pelo frevo e carnaval, mostra que é cosmopolita e tem características de metrópole, quando ver a mistura de pessoas, a arte urbana, o encontro da periferia e centros urbanos de forma mais escancarada que Natal e a disputa dos prédios antigos de não serem derrubados por prédios modernos.
A seguir a lista das seis coisas que achei interessante:
1) Francisco Brennand
Não fica em Recife, mas na propriedade de Santos Cosme e Damião e é muito longe da cidade. É lá que fica o ateliê do Francisco Brennand, conhecido pelo mundo todo por conta de suas obras em cerâmica.
Além de ceramista, ele ainda é escultor, desenhista, pintor, tapeceiro e ilustrador. Inicia sua formação em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora. Posteriormente, recebe orientação em pintura de Álvaro Amorim e Murilo Lagreca. No fim dos anos 1940, pinta principalmente naturezas-mortas, realizadas com grande simplificação formal. Em 1949, viaja para a França, incentivado por Cicero Dias, onde frequenta cursos com André Lhote e Fernand Léger em Paris, em 1951.
Foi lá onde conheceu obras de Pablo Picasso e Joán Miró, além de ter descobrido o seu ponto forte: a cerâmica. descobre na cerâmica seu principal meio de expressão. Na década de 1970, Brennand participa do Movimento Armorial, com seu velho amigo Ariano Suassuna.
A Oficina de Cerâmica surgiu em 1971, quando ele inicia a restauração de uma velha olaria de propriedade do pai, próxima a Recife, transformando-a em ateliê, onde expõe permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas, que tem desde a década de 70 até os dias atuais. Ele ainda faz obras até hoje, mesmo tendo quase 90 anos de vida. Lá os trabalhos são expostos a céu aberto, fazendo com que o público tenha um maior contato com as suas obras, mostrando influências gregas, romanas e até mesmo brasileiras. Mas, ao mesmo, tempo tem muitas obras com conotações sexuais. (Eita homi apaixonado por pênis! Muitas obras têm formato fálico).
São 15 km² de área construída. O complexo conta com espaços como a Accademia (galeria), o Anfiteatro, o Salão de Esculturas, o Templo Central, o Templo do Sacrifício, o Estádio (espaço destinado à realização de eventos), auditório, capela, loja, café, além de jardins projetados por Burle Marx.
Além do ateliê, Brennand tem diversas obras espalhadas em Recife, como o Parque das Esculturas, que fica no Recife antigo, próximo tópico.
2) Recife Antigo
Como falado no tópico anterior, dentro do Recife antigo tem o Parque das Esculturas Francisco Brennand é um parque construído sobre um recife em frente ao Marco Zero do Recife. O parque foi construído no ano de 2000 como marco comemorativo da cidade do Recife aos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
Ao total, existem, no parque, 90 obras do escultor e artista plástico pernambucano Francisco Brennand, sendo a principal obra no complexo a Coluna de Cristal, com 32 metros de altura e confeccionada em argila e bronze, popularmente conhecida como “Picão do Brennand” devido à sua forma fálica (está vendo como ele gosta de pênis). A gente viu a escultura, mas estava de noite. Mas, eu descobri que tem uma outra forma de visitar: visitante deve entrar numa embarcação, que sai de um pequeno píer no Marco Zero, e cruzar o Estuário do Porto do Recife indo até a entrada do parque ou ir de carro pela Avenida Brasília Formosa.
Mas, o Recife antigo não é apenas o Parque de Brennand, tem muita coisa para visitar, se pudesse dava para passar o dia todo por lá, pois a vontade é visitar os vários imóveis foram restaurados, e hoje são utilizados para fins culturais, empresariais e comerciais.
Os principais pontos turísticos e culturais do bairro são: Marco Zero, o Paço da Alfândega (shopping que no seu terraço consegue ver a união dos rios Capibaribe e Beberibe), Centro Cultural dos Correios, Marco Zero, Teatros, a sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga das Américas, além dos bares e boates. Sério numa rua você podia ver um grupo que batia cabelo ao som de Rihanna e do outro lado tinha um outro bar com roqueiros mais velhos ouvindo Hotel Califórnia do Eagles.
Também tinha a Rua Aurora, a rua mais recifense segundo Gilberto Freyre, no qual fica o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães e os prédios tradicionais da Assembleia Legislativa e do Ginásio Pernambucano, onde estudou a Clarice Lispector e tem esculturas de Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto.
O mais interessante no Marco Zero, mais precisamente no lugar aonde acontece as festas de carnaval, foi ter parado para encontrar uma encenação da Paixão de Cristo, gratuita para todo o público, onde todos tipo de gente podia encontrar, desde os metaleiros até as pessoas mais religiosas. O que chama atenção é que o ator José Pimentel interpreta Jesus há mais de 40 anos, quando ainda interpretava o Messias na famosa Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, antes da entrada dos atores globais.
Perto tinha os restaurantes do porto, onde podia comer desde um sushi até uma costeleta maravilhosa do Rock & Ribs (Please, come to Natal).
3) Metrô
O Metrô do Recife é coordenado Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Tem 29 estações, com linhas que somam 71 quilômetros de extensão, transportando cerca de 400 mil usuários por dia. Ele é menor que as estações de São Paulo e Rio de Janeiro, mas ajuda a levar as pessoas para os pontos turísticos um pouco mais rápido, embora que vá precisar pegar um ônibus (peguem aqueles que fazem ligação com metrô). Se quisesse ir para Arena Pernambuco, pegasse metrô, parava na estação de Cosme e Damião e pegava um ônibus.
Saindo da Rodoviária, poderia pegar um metrô. Isso também equivale ao aeroporto.
Por que é interessante ir ao Metrô de Recife? O que achei mais interessante foi que no metrô rola de tudo, desde os vendedores de cremosinho e água mineral, pregadores e até mesmo o aparecimento de artistas que fazem um som super bacana. É uma forma de conhecer o contraste periferia e cidade, que tanto o Chico Science falava sobre Recife nas músicas de Nação Zumbi.
4) Praia de Boa Viagem
Não ir para praia de Boa Viagem seria um sacrilégio para os turistas e ela é muito bonita. Muito bom para caminhar na orla plana e ver aquele mar super azul. Além disso, ela fornece várias opções de lazer, como andar de bicicleta do Itaú, andar de skate nas milhares pistas espalhadas por toda a orla e ver os inúmeros prédios enormes existentes em frente a orla.
Lá existem vários cartazes espalhados sobre os ataques de tubarão. A maior parte da praia de Boa Viagem é protegida por uma barreira de recifes naturais, e as autoridades não recomendam o banho além dos recifes, para evitar ataques de tubarões. Além disso, o surfe atualmente é proibido.
Hoje em dia os ataques são mais raros, porém as restrições permanecem. Segundo especialistas, os ataques de tubarão no litoral recifense são resultado do impacto ambiental provocado pela construção do Porto de Suape, que exigiu o aterramento de dois estuários onde os tubarões-touro davam à luz. Outros fatos contribuem para o aparecimento de tubarões na área da Praia de Boa Viagem: as correntes marinhas direcionam os animais para esse trecho de 20 quilômetros; e nesse ponto os animais encontram dois canais de águas profundas, e quando o tubarão se desvia da rota migratória comum e entra nesses canais, há grande risco de contato com pessoas.
Como o ser humano não faz parte do cardápio alimentar dos tubarões, a maior parte dos ataques acontece por engano.
5) Arte Urbana
O prefeito de São Paulo, João Dória, teria um trabalho danado para apagar os pixos e grafittis de Recife, pois a cidade é recheada desses desenhos que fazem parte do movimento da arte urbana. O acervo de aete urbana de Recife é muito rico e quase todos os bairros da cidade aparecem inúmeras esculturas. Além das obras sociopolítico, também tem desenhos ligados às tradições populares e da cultura pernambucana. A orla da praia de Boa Viagem é cheia de graffiti, com artes de Glaubver Arbos e Jota Zer0ff. Também há muito incentivo de empresas, no túnel de acesso ao shopping Rio Mar existe um mural cheio de obras dos artistas da terra.
6) Edifício Oceania
Famoso pelo filme Aquarius, o edifício Oceania foi cenário. O que eles têm em comum? O prédio quase foi derrubado para virar mais um espigão da orla da praia de Boa Viagem (embora o prédio fica no início da praia do Pina). Ele é um dos últimos remanescentes residenciais da arquitetura multifamiliar do século 20 do Recife. Apesar de sua raridade, a capital pernambucana ainda permanece sem garantias reais de sua preservação.
Em 2003, uma construtora da cidade deu início à compra de apartamentos do edifício e exerceu forte pressão para que outros proprietários iniciassem o processo de negociação. A intenção era a demolição e construção de um edifício residencial “moderno” e de “maior apelo comercial”.
O pedido de tombamento foi elaborado pelo arquiteto Milton Botler no mesmo ano, e devidamente acatado pelo então Presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE), Paulo Souto Maior. Apesar de a construtora ter desistido das intenções de demolir o edifício desde 2014.
O edifício é de 1958 e surge com um formato em “L”, com amplo pátio interno e com um afastamento frontal que oferece jardins típicos de casas aos apartamentos térreos. Atualmente, ele é formado por vários blocos e um dos apartamentos do térreo é um restaurante.
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