Pouca gente não sabe, mas remédios vencidos não podem ser jogados em lixos comuns. Por isso, existe o programa Descarte Consciente, que coletou, no último quadrimestre do ano passado, 72 quilos de medicamentos, desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (Nuplam) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e foi lançado em setembro no RN.
O descarte de medicamentos no lixo comum, na pia ou no vaso sanitário contribui para um grave problema de saúde pública. Isso porque as substâncias químicas desses produtos podem chegar aos rios e córregos, o que compromete a qualidade da água para consumo humano. Sem contar que o uso de medicamento jogado em lixo comum pode causar intoxicação daquelas pessoas que manejam o lixo, como catadores.
Além disso, muitos reaproveitam os frascos de xaropes para outras finalidades, o que é incorreto.
Em Natal, uma estação coletora está disponível no Centro de Convivência do campus central da UFRN e outra na Drogaria do Carrefour da Zona Norte, locais onde o público pode depositar pomadas, comprimidos, líquidos, sprays, caixas e bulas. Uma equipe de alunos e farmacêuticos é responsável pela orientação e coleta dos resíduos, que posteriormente são levados para o Nuplam e incinerados.
Além disso, como iniciativa de conscientização, o Descarte Consciente já realizou a exposição cultural “Sobre o uso Racional do Medicamento” em dois shoppings da cidade.
O projeto de extensão ainda envolve os participantes em uma pesquisa sobre os medicamentos descartados, que no futuro se transformará em um estudo do perfil de descarte no Estado. Apesar dos avanços já conquistados pelo programa, o número de coletoras ainda é insuficiente para receber a demanda de toda a região, por isso torna-se essencial o avanço de políticas públicas nesse sentido.
Atualmente no nosso país existe o Projeto de Lei 2121/2011, na Câmara dos Deputados, que dispõe sobre o descarte de medicamentos vencidos ou impróprios para o consumo nas farmácias e drogarias, que está em fase de discussão. Contudo, algumas localidades do país têm legislação sobre o assunto, como por exemplo o estado do Rio Grande do Sul, que promulgou a Lei 13.905, que torna obrigatório as farmácias realizarem a coleta dos medicamentos. Já na Paraíba, a Lei nº 9.646/11 obriga drogarias e farmácias a instalar pontos de coleta de medicamentos que se encontram vencidos ou impróprios para o consumo.
O Brasil é o sétimo país que mais consome medicamentos do mundo.
Os problemas causados pela presença dos compostos de medicamentos no ambiente podem interferir no metabolismo e no comportamento de organismos aquáticos; além dos riscos de doenças na população e animais.
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