Na Avenida das Lavadeiras existe um pequeno riacho que corta o meio da avenida, próximo do conjunto Novo Horizonte, conhecido pela população como a Favela do Japão. Pouca gente sabe, que este pequeno rio faz parte da história do bairro das Quintas e como o blog Brechando adora desvendar as histórias de Natal, nós vamos contar sobre este espaço esquecido pelos natalenses a seguir.
O nome do bairro de origem do lutador de MMA Renan Barão deriva do século XVIII, quando a região era formada por sítios e granjas, como a Quinta Velha. Foi local de inspeção de veículos, sediou o primeiro matadouro de Natal (onde hoje fica a sede da empresa de limpeza pública, a Urbana). Também sediou o Cinema São José e uma amplificadora (sistema de som instalado em diversas ruas que divulgava as manifestações da cultura popular).
E o rio? O que ele tem a ver com a história do bairro? O local era utilizado pelas lavadeiras para limpar as roupas de membros da alta sociedade potiguar. Até uma lavanderia pública foi instalada, mas acabou sendo abandonada e o prédio está em ruínas
Como descobriram este recurso hídrico? De acordo com os historiadores potiguares, os holandeses quando invadiram o Rio Grande do Norte montaram um povoado, chamada Keysers Croon, onde fica as Quintas. Em 1647, o holandês George Macgrave publica um mapa que mostra registros de um rio chamado Cunhacima, que provavelmente seria o Riacho das Quintas.
O Rio das Lavadeiras, como também é conhecido, conecta-se ao Rio Potengi através do manguezal. Além das Quintas, ele está conectado com os bairros de Bom Pastor e Bairro Nordeste. Alguns trechos do rio apresentam pequenos “olheiros”, que são nascentes d’água que afloram no percurso do riacho.
No final da década de 1990, foi construído um canal sobre o rio para evitar que a água transborde e atinja as casas próximas. Em anos anteriores, o canal acabou transbordando e preocupando a população.
Hoje, o riacho é um problema sério para os moradores devido ao acúmulo de lixo, forte odor e recebimento de ligações clandestinas de esgoto dos bairros da zona Oeste da capital do Rio Grande do Norte, tornando o lugar vítima dos inconvenientes advindos da poluição.
Atualmente, o pequeno rio possui diversas irregularidades ambientais e urbanísticas no local, como o despejo de esgoto in natura nas águas; cercas de estacas de concreto quebradas; estruturas construídas na margem do riacho e acúmulos de lixo depositado nos arredores.
Até o momento, a Prefeitura do Natal ou a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) não criou medidas ou algum plano para que este rio fosse despoluído, apesar das inúmeras denúncias feitas pela Promotoria do Meio Ambiente, órgão do Ministério Público do Rio Grande do Norte.
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