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Mada 22 fecha com política e capacitismo de equipe de Linn da Quebrada

Mada 2022

Linn da Quebrada e o capacitismo com Ivan Baron. Também falarei da minha amiga Jota A Linn da Quebrada é uma rapper que fala sobre as questões periféricas e também o fato de ser uma mulher trans. Ou como ela se denomina, uma “bicha travesti”. Após a sua participação no Big Brother Brasil, muitas trans…

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Linn da Quebrada e o capacitismo com Ivan Baron. Também falarei da minha amiga Jota

A Linn da Quebrada é uma rapper que fala sobre as questões periféricas e também o fato de ser uma mulher trans. Ou como ela se denomina, uma “bicha travesti”. Após a sua participação no Big Brother Brasil, muitas trans e outros membros do LGBTQIA+ tornaram-se fãs de sua arte. Uma delas é a Jota, que se considera uma mulher trans e não-binárie. Tem uma história linda que merece uma outra matéria, pois tem um verdadeiro amor pela sua família.

Conhecemos quando a gente fazia parte da equipe de comunicação do espaço “A Boca” e depois nunca mais nos paramos de se falar. Desde as primeiras horas da manhã, ela mandara a seguinte mensagem: “Amiga, eu consegui a credencial de entrar no camarim da Linn, você pode vir comigo?”, disse.

Respondi que poderia, mas não sei se daria certo pelo fato que minha pulseira era de imprensa e a de fã era diferente. E de fato foi o que comprovou a minha teoria mais tarde. Além disso, ela ficou perguntando que horas eu iria e senti que a mesma estava com uma mistura de ansiedade e incredulidade de ver uma pessoa que lhe representa, subiu na vida e hoje inspira muitos outros artistas.

Publicitária de formação, produtora cultural, atriz e estudante de ciências sociais da UFPB, a jovem começou a sua transição faz pouco tempo e é lindo ver sua mudança diante dos meus olhos, pois vejo brilho.

Enquanto me encaminhava ao Mada, as perguntas não paravam.

  • “Você está em que parte do Rockstage?”
  • “Onde fica os camarins?”
  • “Está tocando quem?”

Confesso que estava confusa porque ora tinha meu lado repórter querendo entrevistar artista e meu lado público querendo ver. Acredito que Jota foi a mesma coisa, mas ela insistiu neste sonho e conseguiu conciliar em assistir os shows, onde a procura foi quase um vestibular de medicina da Universidade de São Paulo (USP). Mas, cada mensagem no zap era uma atualização dos fatos.

“Amiga, estou de frente a porta do camarim”.

E sempre pedia para que atualizasse da fofoca. Quando o Baianasystem anunciou as suas últimas músicas corri para a parte do camarim e ver como estava.

E ela conseguiu? Ela conseguiu, mas presenciei uma triste cena de capacitismo

Infelizmente, eu não pude entrar porque limitaram uma quantidade de equipes para adentrar, onde uma parte era para fã, para imprensa e outros influencers da cidade, como os credenciados para Bcharts e Arena das Dunas, respectivamente, Pedro Monteiro e Ivan Baron.

Baron é conhecido pela sua anticapacitista e conheci na semana anterior, em que me concedeu uma entrevista. Pedro, por sua vez, é um cantor seridoense e artista queer, que não é PCD e este detalhe é importante. Ivan já havia combinado a entrevista com Linn, mas quando dois representantes do LGBTQIA+ estavam na porta, o produtor de Linn deixou Ivan esperando em pé.

Pedro conseguiu e Ivan não, algo que particularmente achei chato de ver. Vi o mesmo ficar em pé por minutos, mesmo tendo dificuldades motoras e ninguém ofereceu cadeira para sentar.

Mas, cabe o influencer dizer o que ele achou. Resultado, ele fez uma trending no Twitter falando deste assunto constrangedor e mostrando que tinha combinado tudo com a produção da artista, mas sem mencionar que foi Linn da Quebrada. Só estou mencionando, porque eu presenciei a cena.

Voltando a falar da amiga Jota

A minha amiga estava no Mada desde as 21 horas e Linn iria se apresentar no Mada 22 quase 3 da manhã, claro que fiquei com receio dela não ter conseguido. Fiquei mandando umas 500 mensagens perguntando se havia dado certo.

Jota não foi apenas encontrar a Lina, mas apenas constatar que estava no caminho certo de sua linda metamorfose que está surgindo. Apesar da situação chata que eu vi do lado de fora, a minha amiga Jota conseguiu a foto com a sua inspiração no Mada 22 e assistiu todo show no palco de trás. Veja, portanto, a seguir:

“Uma mulher cheirosa e belíssima. Não vi a Linn da Quebrada, mas a Lina, a pessoa. Falava de igual para igual, independente da sua função. Amei a sua delicadeza. Apesar do tempo, queria ter conversado mais, mas disse o quanto ela era foda”, disse Jota em áudio para mim no Instagram em contradição do que houve com Ivan.

E essa cobertura do Mada 22, as entrevistas que consegui no evento serão postadas em breve.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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