A cidade de Santa Cruz fica a 100 quilômetros de Natal. Na noite do dia 1º de abril de 1981, uma enchente destruiu o sangradouro do seu açude. As águas percorreram por toda a cidade, destruindo casas, ruas e prédios públicos foram totalmente destruídos. Além disso, choveu quase 500 milímetros em apenas um dia, no qual deixou toda a cidade sem eletricidade, uma vez que postes foram destruídos.
No entanto, os estragos do desastre demoraram meses para que pudessem recuperar. O estrago foi tão grande, que chamou a atenção da imprensa nacional, como a Folha de S. Paulo. Como não tinha veículos de comunicação, toda informação vinha da Igreja Matriz, que abrigou muitas famílias desamparadas, e também no sistema de alto-falante.
Durante todo o mês era comum ver casas totalmente destruídas, móveis na calçada e gente tentando recuperar o pouco que tinha. Os bairros mais próximos do centro foram os mais atingidos, principalmente o bairro do Paraíso. Neste período, os desabrigados ficaram em casas feitas de lona, entregues pelo Exército Brasileiro, como se fosse um acampamento.
O estrago só não foi maior, porque a telefonista da Telern de Campo Grande, Maria de Fátima, ligou para prefeitura de Santa Cruz avisando o que aconteceu inicialmente em sua cidade e telefonou para os moradores saíssem quanto antes.
Veja o vídeo das fotografias que mostra um pouco de como foi a tragédia.
Outras cidades também sentiram na pele
Primeiramente, as fortes chuvas romperam o açude de Mãe D’Água, de Campo Grande. Lá, o sangradouro não conseguiu suportar a grande quantidade de água, consequentemente, se rompeu e a água encaminhou para o açude de Santa Cruz, que estava sangrando e as suas paredes também não aguentou a grande quantidade de água. Como resultado, a represa também se rompeu.
Açudes vizinhos próximos das serras do Trairi também romperam com as fortes chuvas. Além disso, mais de três mil pessoas ficaram desabrigadas em Santa Cruz.
O acesso para cidade ficou bastante complicado, pois as águas atingiram o riacho Inharé, que destruiu a ponte da BR-226, que liga o município de Tangará, cidade vizinha de Santa Cruz. Ainda mais um motorista de caminhão morreu após seu veículo cair na queda desta ponte.
O resultado do rompimento destas duas barragens causou a morte de 10 pessoas.
Natal ficou oito dias sem energia
A enchente não causou a destruição não só de residências e prédios públicos, mas também estradas, pontes e linhas de transmissão de energia. Natal, por exemplo, ficou uma semana sem energia por uma semana. A força das águas também atingiu o acesso aos estados da Paraíba, uma vez que São José de Mipibu fica as margens do rio Trairi.
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