Conheci o heavy metal nos tempos do Orkut, onde baixava os discos usando a comunidade “Discografias” ou recheava meu computador de vírus com o kazaa. Depois, colocava as músicas no mp3 e divulgava entre os amigos. Comprar CD? Comprava na internet ou tinha a sorte de ir na Rio Center, onde vendia Within Temptation, Nightwish ou Apocalyptica, ou ia na rua Ulisses Caldas para a Records. Para conhecer as bandas potiguares, tinha que ir aos shows, que sempre aconteciam nos casarões da Rua Chile, na Ribeira, onde eram comunicados através de comunidades e blogs, como Natal-Metal.
Mas, agora, o espaço para os metaleiros está voltando a diminuir, principalmente nos grandes festivais alternativos da cidade, como Mada e o Dosol, que estão com o objetivo de serem mais ecléticos.
O Heavy Metal surgiu no final dos anos 60 e início dos anos 70 a partir de bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin, dentre outras. Os brasileiros só tinham acesso às bandas através dos discos importados, cassetes que eram espalhadas entre os amigos ou alguma exibição dos shows destes grupos no Cine Rio Grande ou Nordeste. Ao mesmo tempo surgiam diversas bandas pioneiras do heavy metal potiguar, como Impacto Cinco, que falaremos em outro post.
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E os metaleiros dos anos 90 e 80? Como eles escutavam esse som? Tive que voltar aos tempos em que eu era uma jovem de 14 anos e procurava nos blogs especializados no assunto e o You Tube. Na verdade, as coisas não mudaram muito, sendo que eles não tinham internet para garimpar o que escutar.
Em tempos que as comunicações analógicas em Natal, os headbangers natalenses sofreram um bocado para curtir o estilo, principalmente vivendo numa cidade que foi extremamente conservadora. Com certeza você seria julgado se andasse com cabelo grande, camiseta surrada e usando casaco de couro na Avenida Senadador Salgado Filho. Se tivesse mais azar, iria escutar mensagens nada agradáveis. Porém, a resistência é o que faz diversos movimentos culturais continuarem e até hoje os metaleiros lutam por seu espaço.
Olha a galera que ia aos shows:
Cartazes eram espalhados nos postes. Confira alguns cartazes a seguir:
Ainda tem mais cartazes aqui:
Se queria saber mais do estilo, visitasse a Whiplash, pois com certeza receberia notícias dentro da loja, sem contar a possibilidade de fazer amizade com pessoas que bebiam da mesma fonte que você. Além disso, tinha as revistas especializadas no assunto, como a Roadie Crew, que existe até hoje. Queria fazer um som? Os amigos se reuniam e formavam, assim, diversas bandas, que rapidamente se tornaram sucesso nos anos 80. Se quisesse assistir um outro show de um grande artista internacional, combinasse caravanas com os amigos.
Claro que isso tomava curiosidade da imprensa, pois eles queriam saber como aqueles eventos que eram praticamente divulgados de boca a boca bombava de público naquela época. Confira algumas reportagens a seguir:
Esse vídeo acima, por exemplo, fala sobre o 1º Metal Force, festival que aconteceu em 1991, que tinha como atração principal a banda de death metal mineira SEX TRASH e mais a participação das bandas Insanity (CE), Hammeron (RN) e Auschwits (RN). Evento realizado no Palácio dos Esportes, que na época era um dos melhores locais para show.
E essa bem sensacionalista do “Aqui e Agora”?
Ainda tem essa no RN TV 1ª edição de 1989:
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