Esta obra acima faz parte do Newton Navarro e pode ser vista dentro do campus central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Além de ter sido homenageado com uma ponte, Navarro foi de suma importância para história cultural do estado, com as suas obras de artes e escritos. Nós vamos contar um pouco de sua história a seguir.
O nome completo dele é Newton Navarro Bilro e nasceu no dia 8 de outubro de 1928. Nasceu na casa da sua avó, que fica na Avenida Rio Branco. Newton foi pintor, desenhista e seus trabalhos literários foram publicados nos mais diversos jornais de Natal e em outras cidades brasileiras.
Foi o precursor da arte moderna no Rio Grande do Norte. Muitas telas chegaram a chocar a população da pacata cidade de Natal, acostumada apenas às pinturas bucólicas do pôr- do-sol do Rio Potengi, do Farol de Mãe Luiza, da Praia de Redinha e de outros pontos turísticos. Newton Navarro tinha o Nordeste como temática. Desenhou e pintou pescadores, rendeiras, lavadeiras, sem esquecer o sertão, os vaqueiros, cangaceiros e dentre outros personagens do Nordeste.
A aspiração artística de Newton Navarro desde cedo já despertara. Aos quatro anos de idade, enquanto seu irmão brincava de bola, de velocípede, ele se divertia no chão da calçada fazendo desenhos e pintando com cores berrantes. A família tinha um lado artístico.
Ao retratar Natal e seus habitantes, ele buscava identificar os largos e ruas da boemia, becos simples, casario humilde, igrejas e prédios onde acontece a história da cidade, as bananeiras dos quintais, casas simples das favelas e as pipas coloridas. Sua primeira exposição foi em 1949, que chocou a população por mostrar mais o lado social do que as paisagens bonitas da cidade, além das técnicas de artes ser diferente de outros artistas.
Sua inspiração era o modernismo.
Uma das famosas afirmações, ele disse:
Eu não acho cidade mais bonita que Natal, nem rio mais bonito que o meu rio. Eu vi uma vez o Sena. Achei uma porcaria. Vi também o Tejo e achei também uma porcaria. Mas o Potengi não. Que azul! E os morros que protegem a cidade?E as madrugadas? E as estrelas da manhã? Só em Natal tem essas coisas. A estrela repetida no forte da pedra…Uma cidade coberta de elísios, embalada pela canção dos pescadores, enfeitada de um lado e de outro, rio e mar, pelos azuis e verdes e pelas jangadas. Que cidade maior e melhor? Não existe. Nenhuma. (NAVARRO, 1974).
Suas obras usavam técnicas como aquarela, óleo, nanquim aguada, guache, bico de pena e outros materiais como borra de café e chá. Também utilizava o grafismo e o abstrato.
Por isso, a ponte que liga a Redinha recebe o seu nome, devido às suas obras falarem muito dos pescadores que ficam do bairro da Redinha e de Santos Reis. A sugestão do nome para a ponte foi dada pelos imortais da Academia Norte-riograndense de Letras, a pedido dos admiradores da obra do artista, através de abaixo-assinado.
Além das pinturas, ele também foi escritor e poeta, um imortal da Academia Norte-riograndense de Letras, a famosa ANL. Publicou alguns livros, como, “Beira-Rio”, “Subúrbio do Silêncio” e “ABC do Cantador Clarimundo”.
Ele faleceu em março de 1991 em Natal.
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