O Caldeirão do Diabo, era nome dado pela imprensa para Penitenciária João Chaves, localizada na zona Norte de Natal. Ela ficou conhecida por esse nome por causa dos inúmeros crimes que aconteceram dentro do presídio, principalmente entre a década de 80 e 90. Nele abrigava, o Trio Ternura, que já falamos no blog.
A Penitenciária Central Doutor João Chaves começou a ser construída em 1953. Porém, a obra só foi finalizada em 1968, no governo do Monsenhor Walfredo Gurgel. O primeiro assassinato na João Chaves aconteceu no ano de 1971. Inicialmente, haviam vários presos políticos que eram contra a Ditadura Militar (1964-1985), como Maurício Anísio de Araújo, que no ano de 1979 resolveu fazer uma greve de fome.
A deterioração da João Chaves veio nas décadas seguintes, quando os crimes brutais apareceram, como o “Baraúna”, que arrancou a cabeça de um rapaz dentro da cadeia. Na década de 90, a fama do Caldeirão do Diabo só cresceu ainda mais através das rebeliões violentas.
Além do Trio Ternura, um dos detentos mais famosos da penitenciária foi Brinquedo do Cão, apelido de Edmilson Lucas da Silva, que entre os anos 70 e 80 foi o bandido mais conhecido e temido de Natal.
Houve uma época em que manchetes de jornais e programas de rádio o tinham como personagem quase cativo. Brinquedo do Cão ficou famoso ainda adolescente pelos roubos que cometeu. Várias condenações o colocaram na cadeia por quase duas décadas.
Em 1998 foi inaugurado a Penitenciária Estadual de Alcaçuz como uma forma de controlar a população carcerária no estado e da superlotação do Caldeirão do Diabo.
No ano de 2006, mais precisamente no dia 24 de março, a João Chaves foi derrubada, dando lugar ao Complexo Cultural da Zona Norte, hoje administrada pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). Hoje, o João Chaves é um complexo penal que abriga a Penitenciária Feminina e o Presídio Raimundo Nonato.
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