Assim como o Jorge Ben Jor tem a banda do Zé Pretinho, a Minerva Bardo Del Diablo tem a banda do Zé Gotinha para poder ter a sua aventura musical. Veja a parceria dos dois a seguir:
“A gente está com muita saudade de tocar com a Minerva, ela disse que iria fazer um EP com a gente. A nossa drag do Punk, a única que quer fugir do pop. Volta Minerva para gente”, disse Filipe Marcus, integrante do grupo.
A Banda do Zé Pretinho também anda com as suas próprias pernas, assim como a do Zé Gotinha. Que pernas, na verdade, a banda do Zé Gotinha tem. De fato eu estou falando da banda potiguar chamada Joseph Little Drop (Tradução do nome em inglês de Zé Gotinha), criadora do Punk José e nome do seu primeiro álbum. Mas por que esse nome? Eles explicam que surgiu pelo saudosismo pelo Zé Gotinha, mascote da campanha de vacinação contra a paralisia infantil e que foi redescoberto pelos integrantes a partir de um comercial.
A propaganda citada é essa daqui:
O grupo é formado por Filipe Marcus (citado anteriormente), o baixista e cantor, Raquel Soares na batera, João Pedro (vulgo Tosco) na guitarra e nos vocais, Vitor Alexander (codinome: Frango) e Daniel Lucena, o outro vocalista do grupo. O punk sempre foi a principal influência do grupo, mas também toques de música brega, horror show, Hermes e Renato e um pouco de gospel ali e acolá.
O ensaio do grupo, no qual o Brechando acompanhou, é caracterizado por tiração de sarros dos integrantes e um pouco de música, não necessariamente nesta ordem. O estúdio em formato quadrado fica próximo da sauna da Av. Rio Branco, fazendo com que alguns integrantes tivessem vontade de conhecer depois, depois de tocar “Meu Pai é Milionário e Sua Mãe é José Rico”, canção que está no álbum de estreia, lançado no ano passado.
Confira o som da rapaziada a seguir:
De acordo com Marcus, tudo começou quando ele e Raquel tinham vontade de montar uma banda punk, então se juntou com os outros quatros e foi assim que começaram na zoeira e agora estão levando a sério (lê-se tentando). “Eu não tinha experiência nenhuma com bateria, aprendi a tocar com a banda”, relatou a Raquel Soares, que comemora a evolução nas baquetas e antes era vocalista do grupo Putamadres.
Raquel comemora o fato de que as mulheres do rock não estão sendo vistas apenas como um rostinho bonito ou que só canta, visto que a imprensa especializada está vendo o talento e o aumento da inserção delas no mercado musical. “A rapaziada sempre me respeitou pelo fato de ser mulher e hoje fico feliz em ver mulheres talentosas na música potiguar, como Ângela Castro e Emmily Barreto”, comemorou.
“Quando a gente toca numa festa e tem uma criança no meio, sempre querem que ela ensine a tocar, engraçado demais: ‘Tia Raquel, me ensina isso’. Muito maneiro”, diz João Pedro.
Segundo o Daniel, um dos vocalistas do grupo, a maior influência da banda são dos artistas da Laja Records, que é composta pelas bandas Merda, Mukeka di Rato, Figueroas, Leptospirose e o Figueroas, o novo artista do selo capixaba, que possui forte influência do brega e da lambada.
“A gente escuta um pouco de tudo, do rock ao brega mesmo, quando a gente tocava na Faster Pizza (que falamos aqui no blog), no final do rolé, a gente trocava o heavy metal pelos bregão mesmo com os metaleiros que frequentavam a pizzaria, bebendo cana e era muito massa, homi”, comentou o Daniel.
Por falar na Faster (in memorian), todos integrantes falam que são agradecidos pela existência do local, que ajudou a divulgar o som do grupo e garantem que nunca tiveram problemas com os headbangers, no qual eram bastante amigos e não julgava a gente por credo, cor ou classe social. “A gente praticamente fazia um ensaio a céu aberto na Faster. Teve um dia que a gente foi lá só para comer e o dono da pizzaria chamou a gente para tocar e pegamos o instrumentos dos outros e fomos”, contou Filipe Marcus.
Além disso, eles ajudaram a trazer outras bandas de punk para tocar no recinto. “A gente nunca teve problema com os metaleiros, pelo contrário, eles até elogiavam o nosso trabalho e incentivavam bastante”, disse o Vitor Alexander.
Nesses shows, eles constataram uma coisa: Charlie Brown Jr. é o novo Raul Seixas. “Toda vida que a gente toca na rua, sempre tem um morador de rua mais roqueiro que grita: ‘Toca Charlie Brown’ e acho que descobrimos que é o novo ‘Toca Raul’. A galera sempre pede”, contou Filipe.
Agora, eles querem voltar a tocar em Parnamirim. “Por favor, nos leva para lá, porque a gente nunca tocou em Parnamirim, tocamos em várias cidades do Rio Grande do Norte, menos em Parnamirim, que é bem perto de Natal.”.
Por falar em shows, eles contam a experiência de ter ido com o Festival Dosol para o interior do Rio Grande do Norte, como Caicó e Assú. “Ficamos impressionados, pois quando tocamos lá em Assú, os caras estavam fazendo roda de poga e cantando junto as nossas músicas, foi uma sensação muito massa”, afirmou o Filipe Marcus, que também comentou que teve a oportunidade de trocar figurinhas com outras bandas participantes, inclusive gringas.
“Foi legal fazer uma mini-tour pelo interior do Rio Grande do Norte e que a cena independente está crescendo não só em Natal, mas também no interior. O contato com as bandas estrangeiras foi interessante, no início eles ficaram tímidos, mas se soltaram no último dia”, relatou Daniel.
Eles ficaram felizes com a experiência do Dosol. “Com o festival, a gente abriu, depois fomos tocar no contêiner e rodamos as cidades que passaram o evento, foi muito louco. Se eles nos chamarem neste, a gente vai.”, disse João Pedro, no qual o Festival Dosol neste ano acontecerá na praia da Via Costeira.
Agora, o próximo passo do grupo é espalhar o seu punk josé em outros estados e fazer shows em diversos lugares. “Só chamando que a gente vai mesmo”, relatou o grupo.
Assim, encerramos uma entrevista com direito a uma selfie marota aqui.
Ainda temos uma surpresinha no Instagram, breche lá para saber. Aproveite para nos seguir: @_brechando_.
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