Na série Sense8, a Sun é uma coreana que tenta mostrar que é uma pessoa bem sucedida e que sabe negociar a empresa de seu pai milionário. No entanto, ele não acredita no potencial dela e deixa a família se destruir por conta do machismo. Apesar da obra ser uma ficção, existem várias meninas da mesma forma no oriente e ocidente e todos os dias tentam bancar o Golias para derrubar o gigante monstro do patriarcado. Mais pertinho de Natal, em Recife, duas meninas criaram um selo para divulgar o melhor da música independente do Brasil, o PWR Records, que estarão em Natal, no próximo dia 24 de junho, para fazer um evento em homenagem ao Dia da Música.
O Dia da Música é um evento que acontece simultaneamente em diversas cidades do país. Em Natal, a festa tem organização do selo PWR Records, que convida as bandas Chico de Barro (RJ), Maquiladora Duo (PE) e as locais Concílio de Trento e Tertuliê (primeiro show da trupe, por sinal!). Além disso, o evento promoverá a Jam das Minas, projeto que une empoderamento feminino e música em apresentações de improviso entre mulheres. A classificação etária é livre. Em Maio, elas fizeram uma PWR Tour, onde viajaram por São Paulo, Brasília, Goiânia, BH e Juiz de Fora com o selo.
Como estamos falando de empoderamento feminino, vamos entrevistar uma das meninas idealizadoras do selo, a Letícia Tomás (de óculos da foto acima), que criou em janeiro de 2016, iniciando apenas como uma produtora cultural. “Nós começamos a produzir shows e outras coisinhas mais aqui em recife em Janeiro de 2016, sem saber nem o que estava fazendo (risos)”, comentou.
Tomás conta que apesar de um ano, o PWR já conseguiu lançar diversas bandas, principalmente da região do Sudeste. “No nosso catálogo temos PAPISA, In Venus, Miêta, Katze, Cora, My Magical Glowing Lens, SixKicks, Walkstones e Não Não-Eu, todas do Sul e Sudeste. Vendo uma falta enorme de mais divulgação do trabalho de minas aqui pelo Nordeste, esse semestre, nosso foco é circular com nossas bandas por aqui e sobretudo, priorizar os lançamentos de moças nordestinas.”, afirmou, e comentou que ainda não tem uma estrutura de gravadora ainda, visto que a estrutura de selo só existe há oito meses.
Apesar de lançarem muitas garotas na música alternativa, Tomás contou que ainda tem muita luta para acontecer. “A importância acho que é a reverberação do que você faz, uma mulher sempre inspira a outra, uma mulher é de certa forma sempre pioneira. Vencer todas as dificuldades e todos os machismos velados é um ato que empodera as mulheres que estão te observando. Ser mulher e empreender tem que ter muita resiliência pra lidar com pessoas sobre duvidando da sua capacidade, se provar sempre e mostrar a altura dos homens em mesma posição, nós mesmas “.
Letícia Tomás admitiu que tem que provar muitas vezes que são tão boas quanto os homens, mas estão prontas para mudar esse cenário. ” O negócio é não ter medo, confraternizar com outras mulheres e trocar ideias, produzir. Em grupo, tudo parece mais fácil e espontâneo.”.
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