Os eventos de cultura pop em Natal foram criados nos anos 2000. Inicialmente, alguns começaram na Capitania das Artes, no bairro da Ribeira, e depois foram parar nas quadras de algumas escolas da cidade. Atualmente, eventos como o Saga e Yujô estão atraindo grandes artistas da cultura pop, como bandas, cantores, Youtubers, dubladores e dentre outros. Além disso, os natalenses estão arrasando em fazer cosplay e competindo em grandes cidades, como São Paulo.
Inicialmente, porém, nem tudo eram flores e era feito no maior perrengue. Hoje são chamados de eventos de cultura pop, mas antigamente dizíamos que era evento de anime. A maioria eram feitos de forma improvisada, inclusive os cosplays, no qual eram feitos de qualquer jeito. Alguns chegavam até descolorir os cabelos para ter a cor dos personagens favoritos. O jogo favorito era a máquina de dança Pump It Up. O League of Legends não existia, havia campeonatos de Tibia e CS. Os videogames da época eram o Playstation e o Xbox, que estava começando a dominar o mercado. Nos 2000, o pop coreano ainda era pouco escutado e os jogos de tabuleiro eram jogados por poucas pessoas, só quem era fissurado em RPG.
Olha que televisão de tela plana era para o pessoal rico, o pessoal jogava os videogames desta seguinte forma:
Comecei a frequentar estes eventos em 2007, e achava aquilo o máximo e uma ótima forma de ganhar novos amigos, fazer coisas que não seria julgada se fosse em outros lugares da cidade e adorava escutar as músicas que estavam rolando, pois só tinha apenas a 103 FM para escutar e o resto da cidade tinha festa de Forró ou Axé. Sem contar que as festas ficavam mais perto da minha casa e era muito acomodada para ir à Rua Chile.
Achava engraçado o pessoal que fazia cosplay de qualquer jeito e não importava se estava acima do peso para andar de barriga de fora com o objeitvo de fazer um personagem de mulher sedutora. Eram poucos cosplays considerados muito bons. Olha como eram os cosplays do Saga de 2006:
O que era considerado bom cosplay? Este Darth Vader a seguir:
Olha como os artistas conversavam com um público: Tablado improvisado e cadeiras de plástico.
Agora eles possuem um palco grandão no meio do gramado na Arena das Dunas.
Os poucos canais de imprensa que vinham cobrir o evento sempre dizia nas suas reportagens que éramos gente esquisita que se reunia para falar de coisas esquisitas. Ficávamos irritados, pois eles “estavam falando mal do evento”.
Como a gente sabia que estava rolando o evento? Através de cartazes espalhados, feitos no Photoshop CS2 e letra Comic Sans, nas lojas que vendiam Mangá na cidade ou através do Orkut (não existia tantas redes sociais) e amigos. De vez em quando tinha algum organizador que colocava a foto do cartaz em seu fotolog. Nada de publicação impulsionada via Facebook ou Outdoor gigante. Como falei anteriormente, antigamente os repórteres achavam este pessoal bastante esquisito, mas depois utilizaram os eventos como pauta para matérias gigantes de um programa de entretenimento.
As atrações musicais eram feitas por bandas potiguares, que sabiam tocar as aberturas e encerramentos de alguns desenhos. Alguns dos integrantes destas bandas chegavam a cantar Power Metal ou algum gênero de Heavy Metal. Foi a primeira baladinha de muitos adolescentes alternativos da capital do Rio Grande do Norte.
A cobertura oficial dos eventos geralmente era feita por alguém que tinha uma câmera que filmava o ambiente, editava no Windows Movie Maker e soltava no You Tube assim:
Ou esse daqui:
https://www.youtube.com/watch?v=OI96MUna23Q
Apesar disso, as pessoas se divertiam bastante nestes eventos feitos de forma improvisada. Agora a intenção destes eventos é se profissionalizar e ficarem cada vez mais parecidos com a Comic Con.
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