Esta foto é de uma reportagem da Tribuna do Norte feita em 2011 quando o promotor do Meio Ambiente João batista Machado, reiterou o pedido de inspeção judicial no bairro de Cidade Nova, pois soube numa reportagem do mesmo jornal que ainda 50% do lixo que era despejado na região aonde ficava o lixão não tinha um destino certo.
Desde os anos 2000, esse lixão era para ser desativado e todo o lixo produzido pelos natalenses deveria ser conduzido por uma empresa privada responsável pelo aterro sanitário. Aí vem a pergunta: Como anda a política de reciclagem e de resíduos sólidos em Natal e no Rio Grande do Norte?
Um grupo realizará a partir desta sexta (4), a quarta edição do Encontro de Socioeconomia do Meio ambiente e Política Ambiental, que também acontece entre os dias 7 e 8 de novembro, dentro do campus da UFRN em Natal.
O encontro, focado em temáticas dinâmicas e complexas, também apresenta atrações culturais, relevantes para a diversa expressão sociocultural do país. São três dias com: conferências, debates, exposição de banners e apresentação de papers, partindo-se de um cerimonial de abertura.
As inscrições são feitas no Nepsa, próximo do setor V. O evento terá palestras e atrações no Nepsa e no CCHLA, ambos no campus central da UFRN. Mais informações e a programação completa no site. Eles vão dispor os eventos a partir de um canal do You Tube.
A reciclagem nos países desenvolvidos surgiu nos anos 70, principalmente após diversos eventos de Meio Ambiente. Mas, em alguns países isso aconteceu anos mais tarde, incluindo o Brasil. Somente há seis anos, que o país desenvolveu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), no qual estimula o tratamento adequado dos materiais recicláveis, incentivando e apoiando estratégias municipais com a participação de entidades de catadores.
Entretanto, as indústrias de reciclagem de materiais no Brasil e aqui no Rio Grande do Norte ainda são poucos.
O adiar da concretização de algumas metas da política ambiental brasileira e o efeito conjugado com a crise econômica, mudança climática, crescimento populacional e exploração continuada de recursos naturais colocam-nos perante novos desafios.
No Rio Grande do Norte temos vários problemas socioambientais, além da falta de serviços de reciclagem, como restrições no acesso à água e aos serviços de saneamento por parte das comunidades urbanas e rurais.
Estes problemas ambientais, contudo, é uma reflexão das desigualdades sociais, produção agrícola, riscos para a saúde pública e governança, e para a intercepção com os contextos de proximidade, para assim se articularem estratégias e fomentar novas pesquisas, explorando novas oportunidades, designadamente ao abrir a investigação a novos domínios.
Um grupo de pesquisa do curso de Gestões de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estão, há algum tempo, analisando a indústria da reciclagem dos materiais recicláveis no Brasil, observando seus aspectos sociais, ambientais, políticos e econômicos.
Dentro do curso existe o grupo de pesquisa Sociedade, Ambiente e Desenvolvimento, do Departamento de Políticas Públicas da UFRN.
“O estágio atual da pesquisa sugere que o Brasil e o Rio Grande do Norte tratam menos seus resíduos que os países desenvolvidos, sobretudo Europa Ocidental e Japão. No entanto, legislações avançadas e amplas como a PNRS indicam outras perspectivas para o país como um todo, e não somente para as regiões com mais tradição de reciclagem, como é o caso do Sul do país, que tem uma porcentagem maior de seus resíduos reciclados, se comparado a regiões como o Nordeste”, afirmou Leandro Macedo, um dos pesquisadores do grupo e organizadores do evento.
Para o estudante, o Brasil precisa concretizar diversas medidas da sua legislação (PNRS) para atingir os objetivos no que concerne o tratamento de resíduos, isto é, o uso ambientalmente consciente dos materiais e o crescimento do tratamento dos resíduos, que não satisfaz as demandas socioambientais no presente século.
O grupo concorda que a crise ambiental poderá aprofundar velhas assimetrias, ao condicionar o acesso a recursos a comunidades mais fragilizadas e ao dirigir as prioridades apenas para algumas áreas de intervenção em face da escassez dos meios financeiros e humanos disponíveis.
Por isso é de fundamental importância um debate sobre a política e a sua concretização e monitoramento, não só para o resgate da situação atual, de crise e insustentabilidade que se instaura em pleno crescimento, como também para discutir a real viabilidade dos novos conceitos norteadores dessa política.
Dentro do encontro haverá as participações de integrantes de várias instituições de ensino falando sobre política de gestão de resíduos sólidos, desenvolvimento sustentável, recursos hídricos e dentre outras coisas.
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