E, você, professor, o que você faria para melhorar o estado de saúde de um aluno? O Cláudio Custódio, é conhecido por ter trabalhado em diversas escolas particulares do Ensino Médio. Todos os seus estudantes sabem do lado exigente de Claudinho, como é conhecido pelos alunos e amigos, nas provas de geografia e de seu amor pelas artes marciais, no qual também possui uma academia na cidade.
Porém, nas redes sociais, descobriram um lado bastante humano do docente. Recentemente, ele resolveu viajar para São Paulo, mais precisamente na semana passada, com a intenção de fazer uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês e fornecer 70% do fígado para Matheus Leandro, que era portador da síndrome hepato-pulmonar (alguns artigos apontam que o nome não tem hífen), uma doença no fígado que prejudica as artérias e o pulmão.
Consiste da dilatação dos vasos do pulmão onde ocorrem as trocas gasosas. Essa desorganização vascular resulta no desenvolvimento de unidades alveolares nos quais a ventilação é preservada, mas a perfusão é profundamente aumentada, comprometendo a oxigenação arterial.
Desde setembro, o garoto estava internado em um hospital de Natal e precisava de um doador vivo para fornecer o fígado. Ao contrário de que muitas pessoas pensam, não necessariamente precisa estar morta para doar um órgão.
Além disso, o jovem precisava ir à São Paulo para fazer o transplante, uma vez que não existe gente especializada em fazer este procedimento. Então, os pais do garoto, primos e tios (sim, ele é filho único) começaram fazer uma forte campanha nas redes sociais para arrecadar dinheiro para esta viagem fora do estado e procurar um doador entre 68 a 83 quilos e que tivesse entre 18 a 55 anos.
A recomendação médica dizia que o doador não podia ter tido hepatite e ter sangue do tipo O positivo. O fígado é um órgão que se regenera. Ou seja, se você tira 30% dele, futuramente esta parte retirada será recuperada naturalmente.
Então, o professor, sensibilizado com a história, procurou a família e prontamente se propôs a doar o fígado para que o menino tenha mais saúde. Após exames, o fígado de Cláudio Custódio era compatível do garoto e ambos, na semana passada, viajaram para a terra da garoa para fazer o procedimento cirúrgico. Junto com Cláudio, mais outra pessoa era candidata para ser o doador.
A cirurgia aconteceu no dia 19 de novembro e a cirurgia foi um sucesso. A atitude causou diversas mensagens nas redes sociais parabenizando o Custódio pela sua atitude.
Esta foto colocada na postagem foi feita após a saída do professor da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foi o primeiro encontro dos dois após a realização das cirurgias. Ambos voltarão para Natal ainda nesta semana e no seu retorno, Claudinho contará mais detalhes do blog do procedimento.
Após esta foto, o professor postou esta mensagem, que será transmitida a seguir e rendeu mais de 1200 curtidas, além de quase 200 compartilhamentos. Segue a mensagem (sem nenhuma alteração no que foi escrito):
Agora que o pior passou e que vencemos a cirurgia e as complicações imediatas da mesma, quero agradecer a todos que rezaram, torceram, escreveram palavras inspiradoras e vibraram com os acontecimentos. Preferi ficar anônimo, apesar da notoriedade da história, por que prefiro uma vida real e virtual discreta, mas não poderia deixar de dizer um MUITO, MUITO, MUITO obrigado a todos. Na verdade nem sabia que era tão querido. Vendo por esses dias tantas mortes, tanta necessidade de ter-parecer, tanto individualismo, corrupção e outros defeitos da nossa doente sociedade, fiz algo que alguns comentaram como sendo “do bem”, “de demonstração de caráter”, “de despreendimento”. Não iria falar nada por aqui, mas as pessoas me convenceram de que o BEM deve ser sim compartilhado e exposto. “Fazer o bem sem olhar a quem”, “pq se não vivo para servir, não sirvo para viver”. Obrigado pelo carinho, nunca me senti tão amado e acolhido. Nos momentos mais difíceis as palavras de vcs me emocionaram e me ajudaram a extravasar um pouco a pressão que sentia. Não vou falar do medo, da dor, das lágrimas, isso pertence a mim e a Mateus, não devo compartilhar aqui. Mas foram tantas reflexões… Espero ser amigo de Mateus Leandro por toda as nossas longas vidas, porque irmão de sangue já sou (e de fígado rsrsrsrsr) e espero mais ainda que ele sempre faça o bem. Façamos todos uma corrente do bem! Se cada um fizer um pequeno gesto como esse, o mundo será um lugar melhor para os nossos filhos e para as futuras gerações. Gostaria de agradecer ainda especialmente aos amigos e familiares que me visitaram em São Paulo e cuidaram de mim. Preferi não citar o nome de ninguém, mas não tenham um pingo de dúvida que sempre serão lembrados. Quero lembrar ainda de Alanderson (o outro candidato a doador) que compartilhou angústias comigo até a decisão final de quem seria o doador quase na véspera da operação. Esse jovem é especial, muito orgulho em te conhecer. E por último um grande beijo a minha esposa Débora Sampaio, que ficou em Natal segurando a onda com nosso bebê de apenas 6 meses. Vocês dois não imaginam como senti falta de vocês TAD (ela sabe o que significa) e aos meus pais, que são meus heróis, sem eles não seria metade do homem que sou. Não tenho 10% da bondade e do coração da minha mãe. (Essa foto foi a primeira visita a Mateus após a cirurgia e a UTI)
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