O Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão está localizado no Largo Dom Bosco da Praça Augusto Severo, no bairro da Ribeira. Está instalado no prédio da antiga rodoviária de Natal, que foi fechado em meados dos anos 2000 e reformado para abrigar o museu, cujo objetivo é preservar a cultura popular. Quem nunca foi, não sabe que este é um dos museus mais completos da cidade.
Foi inaugurado em 22 de agosto de 2008, porém ficou fechado por um bom período e só retomou as atividades no ano passado. É administrado pela Fundação Capitania das Artes (Funcarte).
O nome é homenagem ao ex-prefeito de Natal, Djalma Maranhão, conhecido por ser um grande difusor da cultura popular do Rio Grande do Norte e realizou diversas atividades culturais. Tanto que o nome da lei municipal de incentivo à cultura é em sua homenagem.
Como é o museu? Subindo o primeiro pavimento, você encontra a recepção, onde deixa as suas bolsas e vai até o final do corredor, onde está a exposição fixa.
O objetivo é preservar a cultura popular potiguar num espaço de cerca de 350 metros quadrados, onde está exposto um acervo de aproximadamente 1.500 peças, de cerca de 400 artistas populares. O visitante ainda pode acessar os “totens eletrônicos”, que possibilitam conhecer em textos, fotos e vídeos um pouco da vida e obra dos artistas populares potiguares.
O nome da exposição é ‘Atos de Memória: tradição e cultura do povo potiguar’, que está dividida em quatro módulos: O mundo encantado dos folguedos e das danças tradicionais do Rio Grande do Norte; O mundo mágico: encantos e encantamentos do João Redondo (boneco também conhecido pelo nome de mamulengo); Saberes e fazeres do povo potiguar e Atos de memória: arte, fé e religiosidade do povo.
O primeiro mostra manequins com os figurinos das principais danças típicas, além de fotos e vídeos das principais demonstrações do Boi Calemba, Fandango, Chegança, Congo, Lapinha, Pastoril, Caboclinhos, Zambê e Araruna.
Já a segunda parte do prédio tem uma parte dedicada ao João Redondo, que são bonecos de fantoche produzidos artesanalmente e também podem ser chamados de mamulengos. Ainda tem uma área dedicada aos santos, festas religiosas, e artesanato, como bonecas de pano, renda, argila e dentre outras coisas.
Além disso há três grandes telões instalados em salas especiais que exibem mais de 200 horas de vídeos de forma continua. O museu também dispõe de espaço para exposições temporárias, no qual neste momento tem três delas sendo exibidas no prédio, que ficarão no local até o fim do mês.
Uma é a exibição do “Bonecos de Pano: Auto do Boi Calemba”, do artesão Plínio Faro, após 10 anos sem mostrar algum trabalho, no qual vestiu 24 brinquedos fabricados artesanalmente com os personagens deste tipo de manifestação popular. A ação foi baseada nas obras do folclorista Deífilo Gurgel.
Ainda dentro do museu existe a exibição da série “Cordelíricas Nordestinas”, que está desde o dia 20 de agosto em exposição, idealizado pelo coletivo Caminhos Comunicação e Cultura. Foi contemplado com o edital de literatura de cordel da Fundação Capitania das Artes (Funcarte). São exibidos pequenos filmes mostrando a importância do cordel, a participação dele nos dias atuais e como está inserido em outras manifestações artísticas a partir de colaboradores do Rio Grande do Norte e outros estados do Nordeste.
O projeto expõe 12 minidocumentários, cada um com três minutos com entrevistas de Acaci, Antônio Francisco, Braúlio Tavares, Abaeté e Ceguinho Aboiador.
No corredor principal existe uma exposição, com fotografias da cantora e compositora Candinha Bezerra, chamada de “Zambê”, que vem dos descendentes africanos e é um ritmo nativo do Rio Grande do Norte, que os seus brincantes sobrevivem hoje no munícipio de Tibau do Sul. As fotos foram tiradas durante um passeio de Bezerra pelo município, que já foram retratadas no livro “Fotografias de Coco de Zambê”, lançado no ano de 2007.
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