Nesta semana, a Pinacoteca Potiguar abriu uma exposição para comemorar os 45 anos do filme “Boi de Prata”. O diretor Augusto Ribeiro Júnior gravou o filme todo no RN e contratou atores locais e trilha sonora de Mirabô Dantas, que compôs para grandes artistas locais e nacionais. A obra, que representa a segunda geração do Cinema Novo, conta a história de um poeta no meio do sertão que via um boi prateado e brilhoso por meio de sonho.
Durante o sonho, o boi transmite uma mensagem que é repassada pela curandeira Maria dos Remédios,. Além disso, ela vai ter que enfrentara crueldade do fazendeiro Elói e seus jagunços que querem tomar o sítio de Antônio Vaqueiro, amigo da curandeira.
Primeiramente, ele estudou cinema na Universidade de Brasília (UnB). Após se formar, nos anos 70, gravou dois curtas e voltou para Caicó, sua cidade de origem, para gravar Boi de Prata, onde em entrevista ao Correio Braziliense em 1982 disse que era “uma viagem ao tempo à infância”. Por mais que a gravação aconteceu no final dos anos 70, a exibição só aconteceu anos depois.
Apesar de focar em trabalhar com artistas locais, Augusto Ribeiro Júnior que ter apoio fora do estado para que isso acontecesse, como a participação de Walter Carvalho na direção de fotografia.
O filme nunca se exibiu em cinemas comerciais, embora o contrato com Embrafilmes garantisse a distribuição aos cinemas brasileiros. Logo, a exibição aconteceu apenas em festivais e para os moradores de Caicó, conforme a matéria do Correio Brasiliense.
Mas, por onde anda o diretor? Veja a resposta a seguir.
Carlos Augusto Ribeiro faleceu em 1995
A biografia foi muito difícil de encontrar, uma vez que tive que pegar as informações por meio de diferentes páginas. Mas, vou reproduzir as informações que coletei a seguir.
Nasceu em Caicó em 1949. Entretanto, nos anos 60, mudou-se na adolescência para a Brasília, quando o pai transferiu-se para o Banco do Brasil na recém-inaugurada capital federal. Lá, iniciou os estudos em cinema na Universidade de Brasília (UnB) e, com o fechamento do curso, retomou a graduação na Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói.
Gravou dois curtas, no qual um apresentou em Festival de Cinema na Polônia. Além disso, foi diretor de fotografia de uma produção que falava sobre uma tribo indígena de Tocantins, que na época pertencia ao estado de Goiás.
Entretanto, Boi de Prata foi seu único filme de longa-metragem e em 2019 a produção recebeu uma remasterização. Ainda teve um roteiro para produzir outro longa chamado “Os 18 do Forte”, no qual falaria sobre um protesto de militares sobre a vitória de Arthur Bernardes como presidente do Brasil.
Posteriormente, Augusto Ribeiro voltou a morar em Brasília, onde procurou criar políticas públicas para implantar novos polos cinematográficas e melhores investimentos na área, como a Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo.
O mesmo faleceu em 1995, aos 45 anos, enquanto de infarto fulminante. Em 2004, o diretor Jurandir de Oliveira, em parceria com a produtora de Roberto Menescal, lançou o filme.
Pinacoteca abriu exposição
Neste sábado (05), a Pinacoteca do Estado abriu mais uma exposição temporária para homenagear os 45 anos da estreia de Boi de Prata, o primeiro longa potiguar, de Augusto Ribeiro Jr. A exposição, que inclusive, exibiu a produção na íntegra, traz fotos dos bastidores do filme que nunca foram vistas ao público.
Confira, portanto, as fotos a seguir:
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