Antes de Far From Alaska e Plutão Já Foi Planeta, uma banda na década de 70 teve um leve sucesso nacional, o Impacto Cinco. Sim, antes de ser uma banda de baile que tocara nos principais clubes do RN e estados vizinhos, eles tinham um som bem hard rock. Por isso, 13 de julho, dia mundial do rock, vamos falar novamente deste icônico disco.
Primeiramente, conheci a banda pelo icônico “Lágrimas Azuis“, segundo álbum da banda e teve a produção de Leno. A capa do disco é linda, parecia um Credance brasileiro e mostrava bastante atitude. Então, eu comecei a escutar o álbum no You Tube e me apaixonei. Pensava: “Como o Rio Grande do Norte deixou escapar isso ?”.
Tenho um álbum Lágrimas Azuis na minha coleção
Um belo dia, ao começar minha coleção de vinis, depois que comprei minha vitrola, minha tia e mainha garimpam a casa da minha avó e coletaram todos os LPs que estavam armazenado. Dentro da coleção estava o disco do Impacto Cinco citado acima, no qual a tia ganhou em um concurso de dança no bairro.
Foi aí pesquisei sobre sua história e da trágica notícia (pelo menos para mim) de muitos roqueiros terem submetido para outros estilos para garantir o seu sustento.
A origem
A banda surgiu em fevereiro de 1969, no mesmo ano que o Black Sabbath lançara o seu primeiro álbum botando o alicerce do Heavy Metal e o Led Zeppelin dominando as paradas britânicas com seu hard rock. Neste período, eles estavam dominando os shows na cidade, principalmente em Petrópolis. Na época, a influência era Renato e seus Blue Caps, Beatles, The Fevers e Golden Boys.
O sucesso foi tão grande que começou a tocar nos estados vizinhos. No ano de 1973, eles foram ao Rio de Janeiro a convite de Leno, que trabalhava na gravadora CBS. O primeiro disco se chama Impacto V e mostra uma versão desenhada do grupo. O disco vendeu 80 mil copas, foi sucesso no Nordeste e continha vários covers de músicas gringas e duas músicas inéditas. Pode escutar a seguir:
Foi aí que surgiu o “Quando o Sol Chegar” e “Te Amo”. Bem Jovem Guarda mesmo, apesar de ter sido lançado numa era depois.
Hora de falar de Lágrimas Azuis
Porém o disco mais rock and roll deles é o segundo, lançado em 1975, o consagrado “Lágrimas Azuis” e hoje considerado um dos 10 discos mais raros do Brasil. Para o segundo trabalho, o lance foi investir em canções próprias.
O álbum tem composições de Leno, Raul Seixas e dos próprios músicos. Foi lá que surgiu o seu maior sucesso “Mãos de Seda, Coração de Ferro”, composto por Piska, que na época era guitarrista da banda Casa das Máquinas.
Apesar de ser cultuado pelos roqueiros, o disco na época foi um fiasco de venda, rompendo o contrato do grupo com a CBS.
O terceiro álbum e último da discografia se chama “Rio Potengi”, lançado em 1983, desta vez tem uma roupagem totalmente diferente dos anteriores e é bastante regional, parecendo os discos de Zé Ramalho e Alceu Valença. O disco foi distribuido na Escola de Música da UFRN e fazia parte do Projeto Memória.
Depois disso, o Impacto Cinco voltou a ser banda de baile, tocando em festas e até criando jingle para políticos, mudando várias vezes a formação, deixando a sonoridade parecida com Montagem e Grafith, que estão até hoje no mercado.
A banda acabou oficialmente em 2005, embora já ensaiaram um retorno, como fala nesta reportagem de Henrique Arruda no Novo Jornal.
Além do dia do rock, falamos de Lágrimas Azuis no nosso canal do Youtube
Em um dos primeiros vídeos do Brechando no Youtube também falamos do disco, que você encontra facilmente no Mercado Livre por 1000 reais. Um dos vinis potiguares mais caros que se encontra para vender. Virou realmente algo cult.
Confira a resenha do álbum, portanto, no vídeo a seguir:
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