O Iron Maiden veio à Natal. Mas, na verdade, quem veio mesmo foi o vocalista Paul Dianno, responsável pelos dois discos da banda. O jornalista musical Abner Moabe cedeu um texto para gente e comentou a sua brechada no show do cantor, que fez uma extensa turnê no Brasil.Saiba mais no Brechando!
Não é todo dia que se tem a oportunidade de ver uma lenda do rock de perto, ainda mais com essa lenda estando em Natal. Foi o que aconteceu na última quarta-feira no Whiskritorio em Ponta Negra, onde os presentes puderam testemunhar o show de um membro importante do Iron Maiden em Natal que se chama Paul Dianno. As fotos que ilustram a matéria foram “roubadas” de Scarlet Vasconcelos.
Se você não faz ideia de quem se trata, Paul foi vocalista do Iron Maiden entre 1978 e 1981. Gravou os dois primeiros disco do grupo britânico ‘Iron Maiden’ (1980) e ‘Killers‘ (1981). Tendo como característica o vocal mais rasgado com influência do punk, o que deu uma atmosfera muito peculiar aos discos que participou. Além disso, há mistura da rapidez do punk com as passagens instrumentais do metal.
Após sua saída da banda, Paul participou de vários projetos sem o mesmo destaque. Entretanto, o reconhecimento do público ficou mesmo em virtude de sua passagem pelo Iron Maiden. Em 2022 o cantor se reencontrou com seu ex-chefe e companheiro de banda Steve Harris na Croácia, onde Paul se encontrava para tratar de um problema na perna que já se arrasta a alguns anos. O reencontro foi um março após anos de ataques pessoais por parte de Paul ao ex-colega e sua banda. Mas enfim, vamos ao show.
Dia que vimos um pouco de Iron Maiden em Natal com Paul Dianno
A turnê que vem sendo realizada desde janeiro, com um total de 31 shows, traz consigo as bandas Eletric Gypsy e Noturnall. Infelizmente não consegui chegar a tempo de ver a Elétrica Gypsy em ação mas gostei bastante do Noturnall. Para os fãs de Power metal recomendo.
Por volta das 23h, eis que surge Paul Dianno em uma cadeira de rodas sendo conduzido peplo fisioterapeuta que o acompanha na turnê. Aliás, vale registra o trabalho do fisioterapeuta Iury Viana e da enfermeira Cris Costa. A equipe cuidou muito bem do Paul durante toda a turnê pelo Brasil.
Acompanhado dos músicos do Noturnall e mais o guitarrista do Eletric Gypsy completando a formação, Paul Dianno trouxe um repertório matador composto por músicas dois 2 discos do Maiden. Com a abertura de The Ides of March em playback, o baixo puxou o rif de Wrathchild e daí pra frente foi uma fileira de clássicos, seguidos de Sanctuary e Purgatory.
Ao final de cada música Paul fazia questão de conversar com o público que respondia muitas vezes com o grito de “Vai Corinthians!”, time que Paul adotou para si. Inclusive, com direito a bandeira do clube paulista na bateria. Drifter, Murdes in The Rue Morgue e Remember Tomorrow.
Show com pouca gente
A casa apesar não estar lotada, teve um público bastante participativo cantando junto com Paul que mesmo de cadeira de rodas mostrou ter ainda muita energia pra cantar. A banda teve seu momento executando Genghis Khan antes de apresentarem Killers e Charlotte The Harlot, seguida da instrumental Transylvania.
Já caminhando para o final do shows, a épica Phantom of The Opera fez o público cantar junto seguida Running Free em sua versão original e não naquele formato enfadonha que o Iron Maiden costuma fazer ao vivo. Poder ouvi-la na voz original também fez eu perder um pouco do ranço que tenho dessa música.
Por fim, Prowler preparou o terreno para o final apoteótico com Iron Maiden, dessa vez sem a presença do Eddie, mas não menos excitante, finalizando com maestro o pouco mais de 1h de show muito bem preparado.
Creio, portanto, que todos os fãs que saíram de casa numa noite chuvosa de quarta-feira ficaram satisfeitos com o que viram e ouviram. Afinal de contas, não é todo dia que tem a benção de ver pessoalmente um capítulo da música sendo contado por quem ajudou a escrevê-lo.
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