Nesta semana apagaram a pintura de Câmara Cascudo no muro da Rua Vigário Bartolomeu, no bairro de Cidade Alta, por trás do Banco do Brasil. Inicialmente, nas redes sociais, diziam ser uma tentativa de apagar o passado fascista, uma vez que Cascudo foi um dos integrantes do movimento Integralista no RN.
Uma outra suposição que os artistas não receberam o dinheiro da pintura e apagaram com tinta preta, no qual um dos artistas negaram no Facebook. Além disso, existe uma teoria que apagaram a obra de Cascudo por criticar o uso da máscara em proteção ao Covid-19.
Entretanto, nenhuma destas suposições estão corretas.
Mas, o que é afinal?
A Fundação Capitania das Artes (Funcarte), equivalente à Secretaria Municipal de Cultura, está com um projeto de grafitar mais muros da Cidade Alta, desta vez tentando enfatizar várias personalidades do Rio Grande do Norte. Desta vez, o muro recebeu autorização do Banco do Brasil para receber o Graffiti, diferente da obra de Cascudo.
O que sabemos, portanto, que outros artistas pintaram o muro todo de preto e colocaram a Zila Mamede. A obra foi de Lucas MDS, que também ilustrou outras personalidades potiguares, como Frei Miguelinho e Veríssimo de Melo. A intenção é que outras personalidades potiguares estejam nos muros, como Clara Camarão e conta com a participação de outros artistas.
“Eu montei pensando em sua vivência de Zila Mamede, no qual ela não conhecia o mar e fez vários poemas imaginando como seria. Além disso, eu também assisti alguns vídeos e documentários sobre a sua biografia, no qual falava com um sentimento tão forte sobre o mar, a curiosidade de ver e sua fascinação pela primeira vez. Tragicamente, ela morreu afogada no rio Potengi, no qual fiquei filosofando que sua vida era toda ligada à isso. Por isso, eu adicionei bastantes tons de azul no muro”, relatou o artista em entrevista ao Brechando.
Confira, portanto, a obra de Zila Mamede, em fase inicial, a seguir:
Quer saber como estão ficando as obras? Veja a seguir:
A intenção é que tudo fique pronto neste fim de semana.
Diógenes da Cunha Lima financiou a pintura do rosto de Cascudo
O folclorista Luís Câmara Cascudo está com seu rosto estampado em um muro na rua Vigário Bartolomeu, por trás do Banco do Brasil. Diferente das outras artes que valorizam a importância cultural do escritor, Cascudo incentivou o uso de máscara contra o novo coronavírus.
Por isso, além de pintar, eles colocaram uma máscara de pano para proteger Cascudo do Covid-19. Cuidado para não cair a máscara, porque paga multa.
Esta arte foi feita por dois artistas. O Lennon Lie, que é filho do também artista Marcelus Bob. Além disso, um dos integrantes do movimento de artistas conservadores Canarinho. O segundo é Fábio Di Ojuara, no qual atua bastante em Ceará-Mirim, na Grande Natal.
Além disso, eles contaram com o apoio de Diógenes da Cunha Lima. Para quem não sabe, Cunha Lima é empresário, ex-reitor da UFRN, advogado, escritor e dentre outras profissões.
Pesquisando no Google Maps, vimos que o muro em agosto de 2019 estava assim:
Depois, o muro ficou assim:
Na parte da máscara adicionaram um tecido de TNT e colado sobre a pintura. A pintura aconteceu no dia 06 de junho e a intenção era mostrar Cascudo fiscalizando as ruas de Natal para saber se o povo está protegido.
Vale lembrar que o uso da máscara foi estabelecido como obrigatório pela Prefeitura do Natal, desde 29 de abril.
Essa não é a primeira vez que Diógenes da Cunha Lima promove uma intervenção artística, uma vez que já falamos por aqui sobre a santa de Cidade Satélite, no prolongamento da Avenida Prudente de Morais.
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