O verde do Aluízio Alves não era apenas por causa das cores do PMDB, antes o Movimento Democrático Brasileiro, a sua hisória é um pouco mais antiga e vamos contar a seguir.
A história começou na década de 40 quando o então jornalista decidiu aderir a carreira política. Era o fim do Estado Novo e Aluízio elegeu deputado pelo Rio Grande do Norte aos 24 anos para atuar na Assembleia Nacional Constituinte pela União Democrática Nacional (UDN). Em 1949, assumiu o cargo de redator-chefe da Tribuna da Imprensa, jornal carioca de propriedade do udenista Carlos Lacerda. Em Natal, a partir de 1950, dirigiu a Tribuna do Norte, que dirigiu junto com os irmãos. Ainda na capital do estado, dirigiu a Rádio Nordeste.
Simultaneamente à sua participação política, realizou sua formação universitária, bacharelando-se pela Faculdade de Direito de Maceió em 1950.
Na década de 50 teve uma longa carreira e parceria coma UDN. Mas, tudo mudou na década de 60 e veio junto a chegada da cor verde em sua vida.
Fim da parceria com a UDN
O ano de 1960 era o período de eleições presidenciais e a UDN estava dividida. Uma ala, liderada por Carlos Lacerda, apoiava o nome do ex-governador paulista Jânio Quadros; outra, à qual Aluísio Alves era ligado, indicava o nome do governador da Bahia, Juraci Magalhães.
Em 1961, lançou sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte e rompeu com o governador Dinarte Mariz, uma das maiores lideranças políticas do estado. Contrário à candidatura de Aluísio, Mariz levou a UDN a formalizar uma aliança com o Partido Republicano (PR) e o Partido Social Trabalhista (PST) em torno do nome do deputado federal Djalma Marinho, avô do Rogério Marinho. E, agora, vamos falar do verde.
Roberto Carlos tem o azul, Aluízio Alves o verde
Durante a campanha para Governador, o verde virou a cor principal do então candidato. Tudo começou quando Aluízio Alves liderou a “Cruzada da Esperança”, com a qual — de trem ou caminhão — percorreu todo o estado fazendo comícios “relâmpago”, organizando passeatas e pedindo votos de casa em casa. Nessas caravanas, seus seguidores eram identificados pelos galhos de árvore que traziam à mão e pela cor verde de suas bandeiras, em oposição ao vermelho adotado pelos partidários de Mariz.
Apelidado de “Cigano” pelo povo potiguar, inaugurava um estilo que marcaria para sempre sua biografia. O argumento era que verde era a cor da esperança e tinha o discurso de tirar os políticos tradicionais do estado. Bem, Star Wars e a Aliança Rebelde, mesmo. Mas, vocês perceberam que o discurso só ficou no discurso, pois os Alves se tornou uma das famílias tão tradicionais na política quanto Mariz.
Elegeu-se governador do Rio Grande do Norte com 121.076 votos, contra 98.195 dados a Djalma Marinho. Na mesma ocasião, Jânio Quadros derrotou o marechal Henrique Lott, da coligação PSD-PTB, e conquistou a presidência da República. Tendo como vice o monsenhor Walfredo Gurgel, em janeiro de 1961 Aluísio renunciou ao mandato de deputado, sendo empossado no governo estadual no dia 31 do mesmo mês.
Se não era nas bandeiras, era comum ver Aluízio Alves usando camisas verdes ou as suas campanhas publicitárias tinha como essa coloração predominante.
E foi assim que surgiu o verde na vida política potiguar.
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