O Sandoval Wanderley, o teatro, está sendo um dos assuntos mais comentados do semestre, uma vez que está sendo alvo de empresários para transformar o espaço em um shopping administrado por uma empresa que possui estabelecimentos comerciais similares ao da rua 25 de março, em São Paulo. A intenção é fornecer o terreno aonde fica o teatro municipal e um outro local na Ribeira será administrado pela Prefeitura do Natal para receber peças teatrais. Na tarde de ontem (20), os vereadores de Natal, deram parecer favorável para que o teatro fosse considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade de Natal, através da lei nº 117/2017, de autoria do vereador Fernando Lucena.
Localizado no bairro do Alecrim, na Avenida Presidente Bandeira, o Sandoval Wanderley é um teatro de arena com capacidade para 150 espectadores. É referência de divulgação e cumpre um papel importante na cena cultural da cidade. Foi o segundo a ser construído na capital, em 1962, leva o nome do ator assuense Sandoval Wanderley, que criou os grupos Conjunto Teatral Potiguar, em 1941, e o Teatro de Amadores de Natal, em 1951.
Com apoio da Fecomércio, o terreno foi vendido vai se transformar em um shopping no bairro do Alecrim. De acordo com os portais locais, o shopping terá sete pavimentos e as obras devem começar no segundo semestre deste ano, com meta de entrega da edificação para o final de 2018. O novo centro comercial, que pertence ao Grupo 25 – empresa com atuação no comércio da capital paulista – será feito todo em estrutura metálica, climatizado e com um projeto valorizando os fundamentos da sustentabilidade.
Entre as lojas que farão parte deste novo empreendimento, algumas já estão confirmadas, como Hering, Taco, Sacolão, Ótica Diniz e a loja de departamentos Rio Center estarão no time do mall. Além de uma rede de Fast Food.
Com a aprovação da lei de considerar patrimônio imaterial, isto impede que o Sandoval seja demolido.
De acordo com Fernando Lucena, para assessoria da Câmara Municipal, a intenção da aprovação da lei é “proteger esse imenso patrimônio da cultura natalense, declarando-o Patrimônio Cultural Imaterial. O Rio Grande do Norte, de tantas tradição, precisa de mais espaços para que os seus talentos possam se desenvolver. Trata-se, portanto, de um presente para toda classe artística potiguar que merece ser valorizada”.
Em fevereiro de 2014, um ano após ter tomado posse do primeiro mandato pós-Micarla de Sousa, o prefeito Carlos Eduardo e o secretário de cultura, Dácio Galvão, participaram de uma reunião da Rede Potiguar de Teatro, no qual receberam em mãos a carta-manifesto da Rede Potiguar de Teatro com o conteúdo centrado na necessidade de políticas públicas continuadas para o teatro potiguar, com ações fomentadas que visem montagem, criação no eixo da pesquisa e formação, articulação, circulação e manutenção de produções locais.
O encontro foi de suma importância para manter o diálogo direto e acessível dos artistas com o atual gestor da cidade. Na ocasião, Carlos Eduardo manteve um discurso linear com ênfase na construção de novos espaços, como o teatro na Zona Norte da cidade e falou sobre processos de revitalização de espaços, como o Teatro Municipal Sandoval Wanderley no Alecrim e a continuidade do “Natal Em Cena” (edital que propiciou novos espetáculos como o “Natal: Encruzilhada do Mundo” e “A Estrada ou O Milagre da Fé”).
Atualizada às 18h03 do dia 21/06/2017.
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