* Com participação de Kevin Xavier.
Antes dos séculos XX, os relacionamentos do ocidente eram feitos a partir de um contrato arranjado para firmar negócios ou reinos. A conexão entre amor e casamento é bastante recente, pois, mesmo na Europa, onde surgiu primeiro, aproximadamente no século XVIII, o amor e o casamento não eram vistos como sendo feitos um para o outro.
Dessa forma, a escolha do parceiro conjugal era uma decisão a ser tomada pelas famílias dos futuros cônjuges e não levava em consideração as questões de ordem afetiva, como o amor e a atração física. O amor era, por conseguinte, um objetivo a ser alcançado depois da concretização do casamento e não o pressuposto de uma união conjugal.
Esse período estimulou o surgimento de vários movimentos literários, como o romantismo, no qual os seus textos falavam sobre o romance idealizado e a vontade de viver com uma mesma pessoa.
Até o Brasil Colônia, os casamentos eram arranjados, apenas no século XX, início da República, que os brasileiros começaram a casar entre si por livre e espontânea vontade. Foi assim que surgiu o “namoro à antiga” tinha normalmente três fases: (1) o momento do flerte, no qual havia a troca dos primeiros sinais de interesse recíproco e da exploração das possibilidades de aproximação; (2) o momento do namoro no sentido exato e (c) um terceiro momento que compreendia o período do compromisso preliminar até o noivado formal.
Na década de 50, surgiu as primeiras comemorações de Dia dos Namorados no Brasil. Apesar do dia 12 de junho ser exatamente a véspera do dia de Santo Antônio, o fato do dia dos namorados ser em junho tem relação com a questão comercial – até então, esse era um mês de mercado pouco aquecido, considerado o mais fraco para o comércio. Para melhorar as vendas, um publicitário de nome João Dória (pai do prefeito de São Paulo), ligado à agência Standard Propaganda, lançou, a pedido da extinta loja Clipper, uma campanha para melhorar as vendas de junho. A campanha, com o apoio da Confederação do Comércio de São Paulo, consistiu na mudança do dia de São Valentim para o dia 12 de junho com o slogan: ‘não é só de beijos que vive o amor’”.
Então, as pessoas começaram a se relacionar por livre e espontânea vontade, sem amarras sociais, somente na década de 70, período hippie, onde Woodstock se tornou um importante festival musical.
As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas por grandes modificações sociais, políticas, econômicas ao redor do mundo. No que diz respeito aos relacionamentos amorosos, essas décadas foram marcadas pela revolução sexual. Entre as causas mais citadas na literatura estão: a diminuição da religiosidade, o surgimento de anticoncepcionais eficazes e o movimento da emancipação feminina.
Por causa disso, muitas pessoas começaram a se sentir vontade de se relacionar a vontade e da forma que se achava melhor. Foi assim que surgiram os relacionamentos entre LGBTs, poliamor e dentre outros tipos de relacionamentos. Porém, ao mesmo tempo que hoje é o motivo de celebrar o amor, também é o momento que pedimos que as pessoas tenham cautela na hora de procurar relacionamentos, principalmente para evitar abusos e outros problemas mais graves.
Não precisa morrer porque está sozinho neste dia 12 de junho, visto que o namoro é uma convenção social e muitos são forçados a procurar se relacionar com pessoas só porque os amigos estão assim ou os meios de comunicação mostram que isso é uma coisa legal, romântica, sinônimo de felicidade e diversão.
Se você está feliz sozinho ou não sentiu a vibe de encontrar a sua “metade da laranja”, é melhor continuar do jeito que está e parar de querer seguir um padrão estabelecido pela sociedade. Procure envolver com pessoas que estejam na mesma sintonia e procurar algo que seja melhor entre os dois.
Portanto, o dia 12 não é o prazo de validade para encontrar alguém ou o atestado para morrer para sempre solteiro. Calma, você vai encontrar.
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