O Festival Literário de Natal aconteceu na semana passada em Natal e foi encerrado no sábado (17) com um show gratuito do cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro. O evento reunia escritores, leitores e gente interessada em dar um rolé pela cidade, principalmente neste período de fim de ano. Mas, no dia anterior, eu dei boas brechadas sobre o Flin, como ele é mais conhecido.
Fotos do flin: lara paiva
O Flin, em comparação aos eventos anteriores, estava mais enxuto, devido à famigerada crise econômica que o prefeito Carlos Eduardo bate na tecla. Neste ano, no entanto, ele investiu mais em festa do que na própria literatura, quando colocou duas atrações nacionais gratuitas no largo do Teatro Alberto Maranhão. Enquanto isso a programação de autores foi bem reduzida.
Além disso, foi uma forma de tentar revitalizar a Ribeira, que se não tivesse evento naquela hora estaria bem escura e bastante perigosa.
Entrando na Praça Augusto Severo, onde fica o largo do teatro, você via logo o letreiro mostrando aonde era o Flin, porém não havia um mapa para explicar onde ficava cada lugar, você tinha que trabalhar na intuição. Por exemplo, na entrada tinha o estande com as editoras Sebo Vermelho, Cooperativa Cultural, Jovens Escribas e dentre outros.
No momento que chegamos havia dois lançamentos acontecendo simultaneamente. Eram os livros “Sexo, Estômago e Memória: Uma Noite com Alex Nascimento e Woden Magruga”, de Mário
Ivo Cavalcanti, e “Absoluta Urgência do Agora”, de Patrício Júnior. Era o momento certo para comprar e conversar com o autor na sua frente, até mesmo para tirar uma selfie, se você for um pouco mais sem-vergonha.
Era uma ótima oportunidade de comprar livros em um preço mais barato e conhecer as produções locais.
O tema principal deste ano era cordel, no momento que chegamos havia um grupo tocando repente e recitando vários cordéis famosos na cidade. Também tinha um espaço para comprar os cordéis de Paulo Varela, um dos artistas importantes do cordel no Rio Grande do Norte. Ainda tinha uma biblioteca itinerante, mas estava fechada.
A programação estava grudada na entrada de uma das tendas aonde acontecia o bate-papo. Portanto, você tinha que a baixar no celular, no site da Prefeitura do Natal. Mas, muitas vezes era comum perguntar: “O que está rolando, hein?”.
O relógio marcou 20 horas, a tenda principal estava rolando um bate-papo e o escritor Mário Ivo Cavalcanti, juntamente com Alex Nascimento e Woden Madruga foram conversar sobre o livro citado acima. Inicialmente, seria um bate-papo com o cantor Raimundo Fagner, que fez um show no dia anterior, sobre poesia e literatura, mas por motivos de saúde, Fagner teve que voltar para o Rio de Janeiro.
Como bons jornalistas, eles sabem se virar quando uma pauta cai e transformar em algo diferente. Assim como no livro, eles falaram de tudo, causando crises de riso na plateia, desde o fechamento do Bella Napolli até à Operação Lava-Jato. Eles praticamente transformaram aquela palestra em uma conversa de boteco. Isto é um elogio, pois conversa de bar são as melhores e foi numa delas que aprendi a diferença de um peito normal e o de silicone.
Depois, eu fui caminhar, encontrei alguns amigos e começamos a falar sobre o filme Rogue One, que estreou recentemente e é um spin-off de Star Wars, conforme foi devidamente brechado nesta seguinte matéria. Fui autorizada em fornecer alguns spoilers que não contarei nesta matéria e depois resolvi comer.
Tinha muitos food trucks, mas se não quisesse ser atingida pelo raio gourmetizador, tinha aqueles sebosões, espetinhos e outras delícias de comida de rua que estavam com um preço mais em conta.
Resolvi andar pela Avenida Duque de Caxias, onde o Buraco da Catita estava começando a abrir, os gringos que estavam saindo do albergue em direção ao ponto de ônibus e os últimos estabelecimentos comerciais estavam fechando a porta. Começava a ler os pixos, olhar os prédios do século XVIII ainda intactos, olhar aquele poste do século XIX e ver as pessoas andando de um lado para o outro no bairro tradicional da cidade.
Depois, finalmente cheguei ao Nalva Melo Café Salão, que é um salão de cabeleireiro localizado na Ribeira que é mais que um salão de beleza. Ele é um espaço cultural, onde funciona uma cafeteria e espaço para diversos eventos culturais da cidade.
Ele fez parte da programação alternativa do Flin, onde no momento em que pisamos estava tendo o lançamento do livro “Para eu Parar de Me Doer”, do Thiago Medeiros, exposição de Civone Medeiros e uma apresentação musical. O evento foi organizado pelo Selo Caravelas.
Hora do show, tinha Plutão Já Foi Planeta e começou a sexta, hora de se divertir. Isso era o Flin, uma mistura de tentativa de revitalização da Ribeira, cultura, música, literatura e entretenimento.
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