Vamos deixar um pouco de lado o Rio Grande do Norte e falar dos artistas vizinhos, no caso Ceará. Foi na internet que descobri o Antônio LaCarne, o “Impenetrável”, natural do Ceará, mais precisamente em Fortaleza, e divulga os seus trabalhos na internet, mais precisamente o Tumblr, uma rede social que mistura blog com Twitter. Além de poemas, ele coloca críticas de filmes, fotografias e crônicas.
Clique aqui para brechar o Tumblr.
Para LaCarne, ele escreve influenciado pela desordem das coisas e tudo se mistura, defeitos e virtudes.
É formado em Letras, com habilitação na Língua Inglesa, pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Também atua como escritor e autor do livro “Elefante-Rei: Poemas B” (2009), em 2011 participou da coletânea de contos “A Polêmica Vida do Amor” (Ed. Oito e meio) e “Salão Chinês” (2014, Patuá).
Confira alguns de seus trabalhos a seguir:
O amor que nos une. Os amor que nos desune. Eu queria escrever um texto sobre essa força que eu preciso ter. Eu não, nós. Não se desestruturar, não se perder, não esquecer de si. A vida é dura e com ela os olhos de águia. O mundo girando. O plano b que você guarda na manga. Tudo isso para dizer que: num mundo cão há a necessidade de ser fera, de não se deixar diminuir, ou depender de alguém que não é o dono da sua força. Não se engane com as pessoas, com os foras, com os acertos, com a consequências justas ou injustas. Precisamos ser o nosso maior templo. Abra os olhos enquanto é tempo. O paraíso pessoal é isso.
PERTO DEMAIS
só você escolheu percorrer o sri lanka
deixar meus pés sujos de lama
onde nenhum homem
esta noite
soube cobrir meus olhos
dançar ao redor do mundo
cuspir no espelho
medir os botões que cobrem o corpo
e rever algumas vezes
por onde andei ou se fui outra.
PAIXÃO EXTRATERRESTRE
li os teus dois poemas no jornal
durante aquela vasta solidão
em que me vi sem homens,
os dois braços que me partiram
ao meio do percurso numa
refrescância de piscinas ao deus-dará
onde eu mataria um leão por dia,
salpicando de dor o livro e o
meu corpo sob a chuva tempestiva
de verão, azul, um menino descalço,
sujo e sem nome, duas mulheres
que sorriem enquanto ando tão
rápido e com as mãos nos bolsos,
pois em todas as esquinas eu
esqueci perdidamente o olho
no buraco da fechadura, e você
não entende do que é feito o meu país,
mas as tuas andanças oscilam
entre uma ponte-aérea ou viagem
internacional de cegos, pessoas
sem a mínima classe, ou uma
echarpe que te consome e que
não me ensina a viver a grosso modo,
cada traço devidamente organizado,
os dois beijinhos na festa,
eu fugindo do sexo já a me satisfazer
numa futura crise de remorsos,
compaixão, inveja do que eu jamais
permitiria, à mercê dos numerosos
amantes aqui destronados, molhados
de prazer, gênio indomável,
nave espacial do extraterrestre
que se apaixona por mim e
anota o número do meu telefone.
MONSTRO
A saudade vem de leve, depois acaba com o meu fôlego, então subo uma montanha, imaginando minhas conquistas e os buracos que dispersam os caminhos, as linhas de nossas mãos. Mas eu não queria que as mentiras e o fogo guardassem o segredo de nossas bocas no segundo que nos deslumbramos sem razão. Aí o amor se torna um monstro sagrado – e não perdemos.
Said the Poet to the Analyst
My business is words. Words are like labels,
or coins, or better, like swarming bees
I confess I am only broken by the sources of things;
as if words were counted like dead bees in the attic,
unbuckled from their yellow eyes and their dry wings.
I must always forget who one words is able to pick
out another, to manner another, until I have got
somethhing I might have said…
but did not.Your business is watching my words. But I
admit nothing. I worth with my best, for instances,
when I can write my praise for a nickel machine,
that one night in Nevada: telling how the magic jackpot
came clacking three bells out, over the lucky screen.
But if you should say this is something it is not,
then I grow weak, remembering how my hands felt funny
and ridiculous and crowded with all
the believing money.
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