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Quem é o moço que toca flauta peruana no supermercado?

Foto: Lara Paiva O nome certo desta flauta nem é esse, mas flauta pan (também pode ser escrito como “Pã”) e não é comum apenas no Peru. Formado a partir de um conjunto de tubos fechados numa extremidade e ligados uns aos outros em pequenos feixes. Recebem este nome, “Pã”, por associação ao deus grego de mesmo…

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Foto: Lara Paiva

O nome certo desta flauta nem é esse, mas flauta pan (também pode ser escrito como “Pã”) e não é comum apenas no Peru. Formado a partir de um conjunto de tubos fechados numa extremidade e ligados uns aos outros em pequenos feixes. Recebem este nome, “Pã”, por associação ao deus grego de mesmo nome. Eram muito populares entre os etruscos e os gregos sob a alcunha de siringe.

Hoje, a flauta de pã é uma peça importante na música folclórica da Romênia, Myanmar (antiga Birmânia), além de países da Oceania e andinos.

Eles não têm bocal e para tocá-los, precisam apenas sobrar com os lábios tangenciando as extremidades superiores.  Parece bem fácil assim escrevendo, mas é bem complicadinho.  E o Hermani Félix, o flautista da foto também comentou da dificuldade, ele estuda o instrumento até hoje.

Com certeza você já viu ele tocando no supermercado no fim de semana enquanto você pegava aquelas comidas para elaborar aquele almoço de domingo.  Para reforçar a sua memória, eu vou publicar este vídeo, gravado em fevereiro deste ano:

Apesar de dominar o instrumento que não é comum nas terras tupiniquins, ele é brasileiríssimo. Mora em Natal há 35 anos por motivos de trabalho e há mais de 20 anos toca flauta profissionalmente, chegando a gravar vários discos instrumentais, incluindo versões dos sucessos dos Beatles.

Foi com o trabalho que conseguiu conhecer alguns peruanos que moram no Nordeste brasileiro e hoje realiza diversas parcerias musicais.

Os discos são vendidos enquanto ele faz o seu trabalho nas ruas da cidade. “Inicialmente meu interesse era apenas pelo instrumental da flauta pã, depois que apareceu a vontade de tocar. Mas, era muito difícil consegui-lo”, afirmou. Hoje, ele têm três flautas, no qual ele carrega enquanto faz as suas performances, muitas delas foram conseguidas através de contato na internet.

Hermani contou que teve a oportunidade de conhecer um integrante do grupo De Las Alturas de Los Andes e um dos integrantes forneceu a flauta. “As primeiras aulas que tive foi com esse integrante da banda”, relembrou. Depois, ele fez amizade com outro peruano e também lhe ensinou alguns detalhes.

“Mas, o aprendizado restante foi feito sozinho mesmo, praticando”, afirmou.

Hoje, Hermani toca nos supermercados, shoppings e também festas particulares, como casamento. Há mais de 20 anos atua profissionalmente e já gravou alguns discos, fazendo parcerias com músicos. Ele contou que é muito bom receber o carinho do público, principalmente quando traz efeito positivo.

Ao ser questionado que carinho lhe mais tocou, ele prontamente respondeu ficou feliz quando uma pessoa lhe procurou para dizer que o disco que comprou no supermercado fez com que largasse os remédios para dormir.

“O bacana de trabalhar com a música é proporcionar um momento de lazer entre as pessoas. Muitos já disseram que o instrumento lhe acalmou, se emocionam, provocou imaginações e trouxe momentos de felicidades. A minha grande recompensa do trabalho é proporcionar sentimento às pessoas”, finalizou.

O músico afirmou que apesar da dificuldade em trabalhar com a música, são esses momentos que lhe provocam uma grande satisfação.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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