O Plano Geral de Sistemalização foi desenvolvido no ano de 1929 e o objetivo era criar medidas para que a cidade fosse urbanizada (agora você entenderá o porquê das avenidas natalenses serem largas), o projeto foi desenvolvido pelo arquiteto grego, radicado na Itália, Giácomo Palumbo, que veio ao Brasil no ano de 1918.
Inicialmente morou em Pernambuco e Paraíba. No Rio Grande do Norte, ele foi contratado pelo prefeito Omar O’Grady para realizar um plano de urbanização para a cidade e um dos primeiros passos foi fazer o zoneamento da cidade.
Conhecido apenas como Plano Palumbo, até os dias de hoje, o seu principal objetivo era criar uma cidade planejada, e com pensamento voltado para o futuro. Com um traçado urbanístico moderno e eficaz, com forte influência da Europa e Estados Unidos, definia e distribuía funções administrativas, comerciais e industriais.
O objetivo fundamental era controlar a expansão desordenada da cidade, e compreendia desde a Fortaleza dos Reis Magos ao norte, até a rua Jundiaí, ao sul.
A partir desse plano de sistematização, foram feitas inovações no modo como se administrava a cidade de Natal. As principais delas foram: a grande divisão da cidade em zonas, para melhor administração, o que consistiu em dividir seu espaço e sua sociedade; o proposta de criação de uma comissão para pôr o plano em prática, fazendo assim com que o mesmo permanecesse sempre em prática, sem a interferência das trocas de governos; permissão da interferência do povo na organização da cidade, ainda que restrita; o prosseguimento das reformas no sistema de transporte automobilístico, novamente com a intenção de melhorar o trânsito na região de ligação entre os bairros da Cidade Alta e o da Ribeira, os dois mais antigos de Natal; e uma preocupação também importante: a de fazer com que o próprio Plano Geral de Sistematização tivesse de fato possibilidades de ser posto em prática. Esta última foi pretexto para a criação, já em junho de 1930, de uma Taxa de Benefício para o Plano.
Nos bairros residenciais, preocupou-se com o embelezamento, arborização e lazer de ruas e avenidas. Os bairros eram ligados por largas avenidas, já planejadas no plano de urbanização de Antônio Polidrelli em 1904, com espaços públicos destinados ao lazer. O arquiteto Palumbo projetou uma cidade para 100 mil habitantes, tendo atingido esse número já no ano de 1950. Entretanto, o início do governo de Getúlio Vargas tirou do poder os idealizadores desse plano, o que impediu a continuidade na sua completa implantação.
Palumbo ainda sugeriu um prolongamento da avenida Deodoro da Fonseca, descendo e contornando a lagoa do Jacob, seguindo pela rua São José até o Canto do Mangue e daí margeando o Rio Potengi, passando ainda pela Fortaleza dos Reis Magos e margeando o Oceano, parte que não foi feita.
Além disso, ainda não se tem notícia dos originais do Plano Palumbo. Em 1977, o Diário de Natal publicou uma matéria onde informava que os originais foram criminosamente incinerados.
Esta visão de futuro demonstra sensibilidade em fazer da cidade um lugar melhor de se viver. Além do Plano Geral de Sistematização, destacou-se a Lei nº. 04/1929. Essa Lei regulamentou as construções, o zoneamento da cidade e o arruamento, possibilitando, deste modo, o executivo municipal de fiscalizar a cidade com instrumentos legais.
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