A Ponte de Igapó foi construída para ligar a zona Norte com outros bairros da cidade. Existia duas pontes: a de ferro (que hoje só tem as ruínas expostas sobre o Rio Potengi) e a feita de asfalto e concreto, construída em meados da década de 1970. Por que não utilizam mais a ponte de ferro?
A mesma foi construída em 1913, concluída em 1915 e inaugurada em 20 de abril de 1916 (ano que vem aquela estrutura completa 100 anos). Havia apenas duas vias em sentidos opostos, mais a linha férrea. Sua função era a de permitir a passagem dos trens da Estrada de Natal aos municípios do interior do Rio Grande do Norte. Foi uma das três primeiras pontes brasileiras que ainda permanece “viva”.
A empresa inglesa Cleveland Bridge Engineering and Co. foi responsável pelos serviços da obra. A estrutura custou aos cofres públicos dois contos, 474 mil e 939 réis. Muito dinheiro para aquele início de século XX.
O problema veio a passar nos anos posteriores, pois o aumento da frota de veículos e de navios circulando por Natal fez com que a ponte não tivesse mais “utilidade”. Então, ao lado dela, foi construída uma segunda ponte de concreto com sustentações de concreto e ferro. Essa segunda ponte foi concluída em 1970. A ponte se chama Presidente Costa e Silva, uma “homenagem” ao Artur da Costa e Silva, segundo presidente da Ditadura Militar.
Mas, por que só existe uns pedaços da ponte antiga? Após o fim do contrato com a empresa inglesa, o Governo do Rio Grande do Norte vendeu a ponte para um vendedor de ferro, que seria desmontada. Porém, os altos custos fizeram com que ele desistisse de desmontar, sobrando o que a gente vê até hoje. O local serve como “trampolim” para as crianças e adolescentes que moram nas comunidades próximas e gostam de nadar sobre o rio Potengi.
A antiga ponte foi tombada pela Fundação José Augusto (FJA) em 1992, porém não existe nenhum plano de revitalização no local.