A Arena das Dunas virou o principal ponto de referência de Natal, onde você consegue ver a quilômetros de distância. Antigamente, o estádio recebia outro nome: Machadão. Além disso, o local era conhecido pelas jogatinas do ABC e América, além de outros eventos esportivos, como a abertura dos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte (Jerns) e a realização de shows.
Mas, afinal, quem foi o Machadão? Senta e venha ler, porque lá vem história.
A origem do Castelão
Seu nome inicialmente era Estádio Humberto de Alencar Castelo Branco e conhecido simplesmente como Castelão. Sim, era uma homenagem ao presidente Castelo Branco, o primeiro da Ditadura Militar. O estádio foi construído no final dos anos 60 e inaugurado em 29 de novembro de 1972. Ficou quase 20 anos com este nome.
Mudança de nome
Somente em 1989 teve seu nome alterado para Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, em homenagem ao João Machado. O objetivo era desassociar o nome de figuras da Ditadura Militar com espaços públicos. O estádio Machadão (juntamente com o ginásio Machadinho) foi demolido entre 21 de outubro de 2011 e 25 de novembro do mesmo ano. No seu lugar foi construída a Arena das Dunas, com vistas à realização da Copa do Mundo que aconteceu nas terras brasileiras.
Quem é João Machado
O João Machado era jornalista, mas também frequentador assíduo da boêmia potiguar. Era fácil vê-lo no Bar e Confeitaria Cisne, Confeitaria Delícia, Acácia Bar, Granada Bar, Tenda do Cigano e Bar Dia e Noite, confraternizando com os amigos, dentre os quais Albimar Marinho, Newton Navarro, Berilo Wanderley, Liliu, Zé Areia e, ás vezes, Veríssimo de Melo, José Melquíades, Câmara Cascudo e Sylvio Pedroza, entre outros.
Ele também ajudou bastante no esporte potiguar, no qual dirigiu a FND- Federação Norte-rio-grandense de Desportos ao longo de treze anos e ainda mais presidiu o conselho Deliberativo do Sport Clube de Natal, na rua Chile.
Sobrinho da Viúva Machado
O jornalista foi criado pelo tio paterno Manuel Duarte Machado, empresário renomado de Natal, e sua esposa, a Amélia Duarte, no qual futuramente seria conhecida na cidade por Viúva Machado . Além disso, os tios lhe deram a maior educação e encaminharam o filho de criação para Cambridge, na Inglaterra, onde se formou em contabilidade. Na sua turnê europeia, viajou para Itália, França, Suíça, Alemanha e Suécia. Mas, voltou ao Brasil para estudar contabilidade.
Em 1935 iniciou o curso de Direito no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde também, como poliglota, trabalhou como relações públicas do IBC-Instituto Brasileiro do Café, recebendo autoridades internacionais. Incursionando pelo jornalismo, teve a oportunidade de trabalhar com os renomados José Cândido de Carvalho e Teófilo de Andrade. Transferiu-se para a seção regional do IBC, em Natal, posteriormente fixando-se na Superintendência de Rendas Estaduais.
Faleceu em Natal, no dia 20 de fevereiro de 1976.
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