Quando pensamos primeiramente em Ceará-Mirim, não imaginamos apenas que é uma cidade da Grande Natal, mas também por contar a história de como o RN era no período da colônia e Império. Na verdade, a região era rica em Cana de Açúcar, como consequência tinha vários engenhos que distribuíam açúcar para os brasileiros e estrangeiros. Os primeiros engenhos de Ceará-Mirim surgiram posteriormente ao ano de 1840, mas em 1858, quando ocorreu a transferência da sede, havia notável desenvolvimento industrial e pecuário. No entanto, o que resta são apenas lembranças e assim virou um importante ponto turístico.
Mas, quais são os engenhos mais famosos de Ceará-Mirim? Confira alguns, portanto, a seguir.
Engenho Verde Nasce
Um dos primeiros engenhos da região surgiu na segunda metade do século 19, no qual o seu proprietário era o juiz Victor Barroca. Ele também era um importante politico da região. Desde o início, no entanto, várias ações pertinentes, marcaram a história desse engenho. Um deles se refere à casa-grande, que a Prefeitura de Ceará-Mirim tombou em 22 de dezembro de 1989, atualmente sem nenhuma identificação no local de sua antiga existência, por conta da destruição ao longo do tempo.
Nesta casa grande também viveu a inglesa Emma Campbell Barroca, que casou na Inglaterra com Marcelo Barroca, filho de Victor. Emma veio para o Brasil, em especial para este engenho. Entretanto, ela faleceu aos 27 anos por complicações do parto, apesar de alegarem ter morrido de febre tifóide.
O engenho Verde Nasce produziu de forma intercalada durante todo o século XX, enfrentando crises cíclicas que se abatiam sobre a economia açucareira, passando inclusive, períodos parados e outros funcionando. A produção do engenho resumia-se basicamente ao fabrico do açúcar mascavo e do mel, um dos melhores da região.
A particularidade referente ao engenho, está na presença de uma cerca de ferro fundido trazida da Inglaterra e junto com ela, um grande portão de ferro que dividia uma parte da propriedade a qual impedia a passagem de animais. A referida cerca demarcava no vale a presença da revolução industrial em Ceará-Mirim e sua consolidação através das máquinas a vapor trazidas da cidade de Liverpool/Inglaterra.
O engenho Verde Nasce foi vendido ao coronel da Guarda Nacional Felismino Noronha do Rêgo Dantas, líder político e proprietário de outros engenhos. Depois passados para os seus herdeiros.
Engenho Mucuripe
O Engenho Mucuripe é um dos mais famosos da região, utilizado nos roteiros de trilha de Off Road e também surgiu no século 19. Seu fundador é o major da Guarda Nacional Raposo Câmara. O local, por muitos anos, ficou conhecido pela sua intensa produção de rapadura, no qual a fabricação durou até 2013.
Engenho Guaporé
O engenho Guaporé foi instalado no topo de uma colina na planície de inundação fluvial do rio Ceará-Mirim. Além disso, em muitos pontos da sede do município a casa grande do engenho pode ser vista. Desse modo, a visibilidade a partir do engenho é linda, pois consegue ver toda a cidade.
O engenho foi fundado pelo Dr. Vicente Inácio Pereira, genro do Barão de Ceará-Mirim, casou com Isabel Augusta Duarte Varela. Como resultado do casório, ele recebeu este engenho. Entretanto, não temos a data exata do fim das atividades do engenho, no anuário de produção de 1925 o engenho Guaporé aparece como fechado.
Engenho São Francisco
Manoel Varela do Nascimento, filho de Filipe Varela do Nascimento e de D. Teresa Duarte, nasceu aos 25 de Dezembro de 1802. O mesmo está nos livros de história, todavia, por Barão de Ceará-Mirim e foi um dos importantes produtores de açúcar da região, com o Engenho São Francisco, apesar de ter tido outros engenhos em Ceará-Mirim. Sem contar chamara atenção pelo seu pioneiro, visto que um dos primeiros proprietários de engenho da região a utilizar os cilindros horizontais, na moagem das canas, em substituição aos cilindros verticais.
A Casa-Grande do antigo Engenho São Francisco é ainda uma da melhores edificações do Município. Desenvolvida em dois pavimentos, a casa apresenta partido de planta quadrangular, com cobertura de quatro águas, beiral corrido com extremidades em “cauda de andorinha”, arrematado por cimalha.
A fachada principal da casa possui uma porta de acesso, ladeada por seis janelas, superpostas por sete janelas, rasgadas, guarnecidas por uma única grade de ferro.
O prédio sofreu algumas alterações. Assim, as suas paredes externas perderam o belo revestimento de cerâmica do porto, da época de sua construção. O seu interior, onde atualmente funciona a administração da usina São Francisco, sofreu pequenas modificações para adaptá-lo ao novo uso. Antigamente, na sala de honra de casa-grande encontravam-se os retratos a óleo de barão e da baronesa. Além disso, o tradicional edifício foi despojado de seus antigos moveis.
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