A cantora Vannick Belchior é filha do compositor cearense, Belchior, que faleceu em 2017. Apesar do pouco contato com o progenitor, a jovem agora busca reencontrá-lo a partir de suas canções, demonstrando seu carinho. Filha caçula e a única que nasceu no Nordeste, quer perpetuar a memória e arte envolvidas na obra de seu pai. Com uma nova roupagem, Vannick canta e conta as histórias das canções, empregando uma nova interpretação e estética musical neste fim de semana no Belch Bar, em Natal.
O evento será realizado no entorno do bar numa área fechada restrita a 250 pessoas, visto que respeitará o distanciamento e os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19.
O Brechando entrevistou a cantora Vannick Belchior com exclusividade antes do show que acontecerá em Natal.
Confira a entrevista dela completa, portanto, a seguir:
Clique na pergunta e você vai conferir a resposta de Vannick Belchior
Vannick Belchior: Exerci a área durante o período da faculdade. Mas, como eu me formei no final do ano passado, resolvi que em 2021 começaria as movimentações artísticas. Então, eu tô faltando muito nisso (trabalhar com Direito) agora.
Vannick Belchior: Isso, na verdade, foi uma coisa bem circunstancial, ao ter a oportunidade de conhecer um músico, companheiro de estrada do meu pai. Hoje, ele é o meu maestro. Então, ocasionalmente, me conheceu e disse que “iria matar a saudade” de tocar Belchior comigo. E as coisas foram acontecendo. Dessa forma não foi nada que eu tenha escolhido foi nada que eu tenha premeditado as coisas foram acontecendo. Eu tô com esse projeto “Das coisas que aprendi nos discos” em que dou uma nova estética (as canções).
VB: Natal está sendo meu primeiro show fora do meu estado, né? Eu sou de Fortaleza, sou a única filha nordestina, inclusive eu pretendo andar por todo o Brasil, sem dúvidas nenhuma. A recepção dos fãs está maravilhosa, estou sendo recebida de braços abertos por todos os fãs do meu pai.
Natal está sendo meu primeiro show fora do meu estado, né? Eu sou de Fortaleza, sou a única filha nordestina, inclusive eu pretendo andar por todo o Brasil, sem dúvidas nenhuma. A recepção dos fãs está maravilhosa, estou sendo recebida de braços abertos por todos os fãs do meu pai.
Com certeza as lições que o meu pai pode ter me ensinado foram as da simplicidade, de enxergar enquanto ser humano e ser social aos problemas sociais e não se calar diante disso. Então, ele tem alguns preceitos que aprendi com ele, com certeza são princípios meus que seguirei para o resto da vida, não sou apenas na vida artística. Mas na vida pessoal, é uma questão de foro íntimo.
Nossa! Muitas identificações! Acredito que muito na forma de pensar, mas as maiores identificações elas não são passíveis de divisão, pois elas são passíveis de sentir os sentidos.
Sem dúvida nenhuma, quanto musicalmente eu acredito que seja o nosso fascínio e a nossa paixão pela música popular brasileira, que é marcante e que tem uma e traz uma observação sobre as mudanças sociais. Quer dizer, dos problemas sociais. De não se calar diante disso.
Com certeza veria o Brasil como em estado de muito perigo, né? Assim como observou há muitos anos que a nossa sociedade anda em um ciclo sem fim, enquanto cidadãos andam com os mesmos comportamentos, pensamentos, crenças e a sociedade. Além disso, ela vai empurrando com a barriga, atrasando o que poderia ser melhorado. Acredito que se hoje ele estivesse aqui, ele só não iria reforçar o que ele já viu há muito tempo, como também iria reforçar (o seu pensamento).
Esses são os nossos problemas sociais e o desgoverno que, infelizmente, acabamos ficando à mercê dos administradores do nosso país.
Logo quando meu pai entrou para essa reclusão social, eu realmente era uma criança que tinha 10 anos e foi bem complicado de lidar, né? Tive que passar por muitos processos internos para eu começar essa vida artística. Querendo ou não sempre estará ligada ao que veio antes de mim, né? A quem fez antes de mim toda caminhada e brilhou por essas direções.
Então foi bem difícil de lidar no começo, mas nada que eu não tenha ressignificado. Ao decorrer desses meus processos de amadurecimento de reflexões, né?
E sempre tendo buscando não julgar os seus motivos. Porque o meu olhar para ele não era olhar do artista, era o olhar de filha. Acredito que deveriam existir mais sentimentos nobres quando olhamos para um para uma pessoa.
Sempre busquei não julgar e também não busquei compreender os motivos dele. Tenho certeza que diretamente ou indiretamente teve os motivos dele para fazer isso, eu acredito que isso tivesse respeitado como um qualquer postura artística ou cidadã que qualquer sujeito vem.
Olha, esse meu primeiro projeto é uma reparação afetiva muito profunda. Foi justamente devido a um período muito grande de ausência de falta da figura paterna que comecei essa carreira artística. Como falei anteriormente, já é uma continuidade artística de alguém que veio antes de mim a trilhar esse caminho, né?
Tenho muito respeito aos meus laços com meu pai estão cada vez mais fortes. Até porque sinto a presença dele de uma forma muito mais intensa. Então, os nossos lados estão cada vez mais apertados e tenho certeza que de onde ele estiver, ele me acompanha muito de perto e orienta todos os meus caminhos.
Olha, eu não diria o que eles podem esperar, porque acredito que a sensação que o artista pode despertar no seu público é muito subjetiva, né?
Dessa forma agora posso dizer que quando eu vou para o palco, estou com a minha com aquela musicalidade e entrega. Com muito respeito, a quem admiro meu trabalho e quem está conhecendo agora, é um trabalho de muita entrega; de muito carinho e muito amor.
Até porque envolve realmente muitas questões pessoais, mas garanto que vocês que o público vai lá no meu show verá toda uma entrega e a doação ao ato de canto.
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A Música Popular Brasileira tem muitas vertentes que me fascinam, alucina e entendo que esse é o meu caminho realmente na arte e na música. Não tenho muitas outras influências. Influencio-me em Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, Marina Lima e cantores como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil.
Tem cada artista que toca a gente, faz reviver…Enfim…Diversas sensações que sejam possíveis de ser entradas como arte para cada artista. Tem um poder de envolvimento.
Existem muitas influências. Quando escuto uma música, ela reverbera em mim de uma forma mais doce e sutil. Outras vezes, de uma forma mais avassaladora. Então, são muitas influências que acabam tocando em mim. Me fortalecendo ainda determinadas sensações no meu encontro como artista.
Estou bem no comecinho dessa carreira enquanto artista e cantora, mas tenho certeza que virão muitos outros trabalhos. Ainda darei voz a muitos outros compositores que ainda não foram descobertos e tenho certeza que tem muita genialidade por aí escondida.
Acredito realmente que temos essa oportunidade para dar uma nova musicalidade a novas ideias novos inscritos, mas antes disso pretendo que o meu pai seja o meu companheiro de composições, porque ainda dá voz a muitas das canções dele que não foram exploradas então
Esse aí é um projeto posterior a esse que eu tô começando. Mas, com certeza, estarei sempre dentro da Música Popular Brasileira (MPB).
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