O ano está acabando e embora tenha mudanças bruscas, algumas certezas ainda estão dentro da minha pessoa. Ser gordinha, para mim, é um dos menores problemas. Pelo contrário, uma forma de resistir aos padrões de beleza que querem me exigir. Meus cachos e minhas curvas são minha identidade. Acho incrível que uma manifestação artística pensa do mesmo que jeito que eu, assim conheci o Rap Plus Size.
Eles são de São Paulo, mas elas podiam ser do Rio Grande do Norte, Recife, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Com uma batida de reggae e música brasileira, elas desabafam sobre a importância do autocuidado, ser resistência, de se valorizar e de serem lindas do jeito que elas são.
O grupo tem Sara Donato e Jupi77er, no qual estão juntos desde 2016. O objetivo é combater a gordofobia, o machismo, o racismo, a LGBTfobia e todo tipo
de opressão.
Sara é original de São Carlos, está no rap desde a sua adolescência. O seu disco recebe o nome “Made In Roça”, destacando pelas letras que denunciam a xenofobia da capital paulista com o interior do Estado. Assim, o seu sotaque foi o primeiro sinal de sua resistência.
Jupi77er rima desde os 12 anos e em 2015 lançou seu primeiro álbum, “A Arte da Refutação”. Em 2019 se assumiu trans não binário e a partir de então realizou a troca de seu nome artístico e social trazendo visibilidade para a causa trans e acolhendo essa pauta nos trabalhos do Rap Plus Size.
Rap Plus Size era para ser só um projeto paralelo
No início, deveria ser apenas um projeto paralelo à carreira de Sara e Jupi77er. Entretanto, após o lançamento do primeiro álbum, homônimo, o projeto se solidificou em grupo de RAP, realizando inúmeras apresentações e diversas parcerias musicais que levaram a dupla ao grande destaque da cena do RAP nacional.
Em 2018 firmaram parceria com a festa Toda Grandona, uma festa para empoderamento gordo com foco no body positive e criaram a música de mesmo nome da festa, que viralizou nas redes sociais.
No ano seguinte, 2019, lançou um álbum chamado “A Grandiosa Imersão em Busca do Novo Mundo”, que está disponível no YouTube e tem a participação do mineiro Djonga, atração confirmada no Mada 2021.
Confira o clipe chamado Fôlego, cujo título ressalta a importância de manter a cabeça erguida utilizando o mar como figura de linguagem. Dê o play, portanto, a seguir:
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