O Rio Piranhas-Açu está localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte e está sendo monitorado pelo Laboratório de Geoprocessamento (Geopro) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde foi desenvolvido trabalhos sobre Modelos Digitais de Elevação (MDEs), tendo como campo de estudo a Bacia Hidrográfica Piranhas- Açu, no Rio Grande do Norte. O rio é um dos afluentes que receberá a transposição do Rio São Francisco.
Os pesquisadores propuseram a calibração e o melhoramento de dois MDEs. O primeiro é o Shuttle Radar Topographic Mission (SRTM), desenvolvido pela NASA (Agência Espacial Norte-Americana). O segundo é o Light Detection And Ranging (LiDAR), sensores aerotransportados, desenvolvido pela Petrobras. Os métodos foram aplicados para o mapeamento de risco de inundações na região da bacia do Rio Piranhas-Açu. A missão do grupo foi trabalhar com os modelos públicos e gratuitos e aplicar em estudos sobre inundações, fazendo recalibragem e avaliações dos modelos de referência.
Para realizar a análise dos métodos, foi preciso identificar a acurácia vertical, que é um dado altimétrico de representação próxima da realidade.
No estudo, os pesquisadores identificaram uma baixa acurácia vertical do SRTM para pequenas inundações. Com a recalibragem do método da Nasa, foi possível uma melhoria de até 30% na acurácia vertical, deixando-a duas vezes maior e mais próxima do real. Ou seja, trinta por centro próximo da realidade. Assim, eles podem trabalhar melhor uma estratégia para evitar imundações.
A pesquisa da universidade aponta que o rio Piranhas-Açu pode se tornar mais perene com a transposição das águas do rio São Francisco e sofrer um aporte extra com a chuva, que pode avançar para municípios ribeirinhos, como a cidade de Macau, que tem muita vulnerabilidade de sofrer inundação costeira e fluvial do rio Açu.
O Laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Geologia da UFRN completa 20 anos de atuação. Ao longo desses anos, publicou mais de 200 trabalhos (Teses, Dissertações, TCCs, Relatórios Técnicos e Artigos Científicos) e firmou parcerias com o Estado e Secretarias Municipais para discussão de planos diretores.
O geólogo Venerando Amaro, coordenador Geopro defende a importância do grupo e da pesquisa científica para benefício da sociedade: “Buscamos fazer atividades que sirvam à comunidade externa, usando o viés acadêmico para desenvolver coisas práticas”.
A base de dados do Geopro arquiva imagens de satélite, dados altimétricos com uso de GPS, referências de nível (RNs/IBGE), e realiza o mapeamento de áreas com pontos de controle. Possui 15 colaboradores internos, incluindo geógrafos, geólogos e biólogos, atuando nas seguintes linhas de pesquisa: Monitoramento Costeiro; Mapeamento de Risco a Inundações e Alagamentos; Índice de Vulnerabilidade Ambiental e Uso de Drones e VANTs para estudos geotecnológicos.
O Geopro faz parte do Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG) vinculado ao Departamento de Geologia da UFRN.
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