O sambista Agenor ficou conhecido como o Cartola e é respeitado por músicos de todos os gêneros potiguar. Mesmo sendo de outro Rio, artistas do Rio Grande do Norte criaram uma apresentação chamada, “Cartola – Simplesmente Divino”, acontecendo no dia 18 de outubro, no Teatro Riachuelo, resgata um pouco da história de Angenor de Oliveira.
O espetáculo retrata suas aventuras e desventuras, amores e desamores, e principalmente a paixão que ele tinha pela música e pela vida.
O elenco conta com Clara Pinheiro (voz) Eric Von Sohsten (voz), Mayra Montenegro (voz), José Neto Barbosa (atuação) e participações especiais de Berthone Oliveira, Dodora Cardoso, Mariana Holschuh e Reynaldo Júnior. Integram também o espetáculo um time de músicos formado por Ronaldo Freire, Enéas Albuquerque, Flávio Davino, Cosme Damião, Raphael Almeida, Fernando Botelho, Paulo Sarkis, Raphael Bender, Leandro Claudino e Dinei Teixeira.
O músico nasceu no Catete, mas aos onze anos foi morar no morro da Mangueira. Com o pai aprendeu a tocar cavaquinho. Concluiu apenas o primário e com a morte da mãe, aos 15 anos, ingressou na vida boêmia. Foi trabalhando como pedreiro que ganhou o apelido que o consagrou: como era muito vaidoso não queria sujar seus cabelos com cimento e por isso usava sempre um chapéu.
Em 1925, fundou o Bloco dos Arengueiros, com o amigo e parceiro Carlos Cachaça. Da fusão desse bloco com outros, surgiu, em 1928, o G.R.E.S Estação Primeira de Mangueira. Cartola escolheu o nome e as cores da escola. Para o primeiro desfile foi escolhido o samba Chega de Demanda, o primeiro que fez.
Seus sambas foram gravados por grandes cantores como Francisco Alves e Carmen Miranda. De 1932 é a primeira composição em parceria com Carlos Cachaça, o samba Pudesse meu ideal, com o qual a Mangueira foi campeã do desfile promovido pelo jornal “O Mundo Esportivo”.
Após 1941, Cartola saiu do ambiente musical, só retornando em 1956, quando o cronista Sérgio Porto o encontrou lavando carros em Ipanema e trabalhando à noite como vigia de edifícios. Sérgio levou-o para cantar na Rádio Mayrinck Veiga.
Com sua mulher, dona Zica, abriu um restaurante, o Zicartola, que tornou-se moda na época. Somente em 1974, o compositor gravou seu primeiro LP, Cartola, que hoje é disputado pelos amantes dos vinis.
Em 1979, gravaria seu quarto e último disco. Foi neste ano que descobriu que estava com câncer, doença que causaria sua morte. Ao longo de sua carreira, Cartola compôs mais de 500 canções, dentre elas as famosas As Rosas Não Falam, Alvorada, O Mundo é um Moinho, Corra e Olhe o Céu, Tive Sim, Sala de Recepção e O Sol Nascerá.
Cartola faleceu em 1980, mas sua vida está registrada em suas músicas, deixando um legado não só para os amantes do samba, mas também para todos que sabem apreciar a boa música, por isso é impossível não se emocionar com o “Divino”.
De acordo com Carlos Drummond de Andrade:
“Cartola sabe sentir com a suavidade dos que amam pela vocação de amar, e se renovam amando. Assim, quando ele nos anuncia: “Tenho um novo amor”, é como se desse a senha pela renovação geral da vida, a germinação de outras flores no eterno jardim. O sol nascerá, com a garantia de Cartola. E com o sol, a incessante primavera. (…) O nobre, o simples, não direi o divino, mas o humano Cartola, que se apaixonou pelo samba e fez do samba o mensageiro de sua alma delicada. O som calou-se, e “fui à vida”, como ele gosta de dizer, isto é, à obrigação daquele dia. Mas levava uma companhia, uma amizade de espírito, o jeito de Cartola botar em lirismo a sua vida, os seus amores, o seu sentimento do mundo, esse moinho, e da poesia, essa iluminação.”
Um dos maiores admiradores de Cartola era o músico Cazuza, que também se chamava Agenor e fez um cover de “O Mundo é um Moinho”:
O tributo “Cartola – Simplesmente Divino” conta com o patrocínio da Unimed Natal e Prefeitura do Natal, via Programa Djalma Maranhão.
FICHA TÉCNICA
Direção, Produção e Roteiro: Daniel Campos
Direção Musical: Neemias Lopes
Operador de Som: Eduardo Pinheiro
Luz: Castelo Casado
Produção Executiva: Cláudio Machado
Projeções: Victor Albuquerque e Layse Castilho
SERVIÇO
CARTOLA – SIMPLESMENTE DIVINO
Dia 18 de outubro
Quinta-feira, às 20h30
Teatro Riachuelo Natal (Av. Bernardo Vieira, 3775 / Natal – RN)
www.teatroriachuelonatal.com.br
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