Foto: O Vale
O domingo, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra. Em comemoração à essa data haverá a I Marcha da Periferia, em Bom Pastor, que fica próximo aos outros bairros periféricos da capital potiguar. A Marcha acontece em outras cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte neste fim de semana .
Em Natal, será nesta sexta-feira (18) e a concentração será na Escola Estadual Jean Mermoz.
A intenção do evento, segundo a organização, é “um ato político e serve para demarcar o dia 20 de novembro como dia de lutas e resistência do povo negro do Brasil e do mundo ao longo da nossa história. No dia 20 de novembro de 1695 morria Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo de luta e resistência contra a escravidão no Brasil”.
Não, não é uma forma de dizer que os negros são mais importantes que os brancos. É uma homenagem daqueles que lutaram pelo fim da escravidão e contra as maldades que foram cometidas por aqueles que foram forçados a trabalhar em fazendas e outros trabalhos quando o Brasil ainda era uma colônia e, consequentemente, um império.
A data foi criada a partir de lei nº 12.519, como uma homenagem ao Zumbi dos Palmares, líder do quilombo de mesmo nome, que reuniu mais de 30 mil fugitivos das senzalas. Por quase 20 anos, as autoridades tentaram destruir a aldeia, no qual só conseguiram em 1695.
Além de lembrar de Zumbi e Dandara, líderes do quilombo dos Palmares, eles querem mostrar as marcas que o racismo trazem até hoje.
“Escolhemos as periferias do Brasil para lembrar nossos irmãos e irmãs pretos e pretas, porque nas periferias fomos jogados após o fim da escravidão sem direitos e sem dignidade. Nas periferias mora a maioria do povo negro do Brasil. É também nas periferias onde a juventude negra é o alvo do Estado, através da violência, do tráfico e das balas da Polícia Militar. É também nas periferias, principalmente, onde as mulheres pretas são mortas e estupradas.”, comentou a organização.
Além disso, eles querem lutar contra a PEC 55, ideia da Escola Sem Partido, a reforma do ensino médio, fim dos genocídios da população jovem e negra, melhores oportunidades de saúde, empregos e estudos aos negros e dentre outras medidas. Eles também lutar contra a LGBTfobia e outros tipos de desigualdades sociais.
Eles vão andar pelas ruas do Bom Pastor e terminarão o ato na Praça dos Beijoqueiros, onde haverá atrações culturais, como dança de rua, grupo de capoeira, oficina de turbantes, batucada e apresentações do MCs Honos e Mega e Vozes Negras.
Apesar da Lei Áurea e com a Proclamação da República, a vida dos escravos libertos não foi fácil e foi assim que surgiu as primeiras favelas e periferias das cidades brasileiras. No ano passado, conseguimos conversar com os ativistas Lindemberg, Adonyara e Luana, no qual falaram como lutam cotidianamente contra o racismo. Veja esta matéria aqui e ainda é bem atual.
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