O fotógrafo potiguar Alex Gurgel postou em seu site sobre o assalto que ocorreu na tarde deste sábado (28) na praia do Forte, já próximo da Fortaleza dos Reis Magos. Gurgel iria levar uma turma para fotografar o pôr do sol na região quando foi surpreendido por idosos que estavam desesperados e comentando que acabaram de ser assaltados.
“Apesar de a gente ter se preparado para enfrentar esse cenário com segurança, nós não ficamos tranquilos quando vimos a cena que acabará de acontecer. No início do estacionamento, tinha uma viatura da Polícia Militar que não inibiu os bandidos que cometerem o assalto a mão armada”, afirmou Alex.
O fotógrafo ainda comentou que a polícia ainda foi acionada e contou que quatro bandidos saíram do mangue que fica próximo da passarela de pedra. Vale lembrar que entre a praia e o prédio histórico existe uma passarela de pedra, onde os turistas andam para adentrar à Fortaleza (de um lado fica o rio Potengi e o outro o mar). A ação foi rápida e eles fugiram pelo manguezal.
Confira o depoimento completo do fotógrafo a seguir:
Na tarde desse sábado, dia 28 de maio de 2016, levei meus alunos de fotografia para fazer um pôr do sol tendo a Ponte Newton Navarro e o Rio Potengi como cenários. A turma de 15 pessoas chegou, estacionou e, quando começamos a nos preparar para entrar na estradinha que leva até a Fortaleza dos Reis Magos, vinha um senhor desesperado, dizendo que tinha acabado de ser assaltado. Atrás dele, um grupo de senhoras caminhavam lentamente chorando, apavoradas. Apesar de a gente ter se preparado para enfrentar esse cenário com segurança, (sim, levamos segurança), nós não ficamos tranquilos quando vimos a cena que acabará de acontecer. No início do estacionamento, tinha uma viatura da Polícia Militar que não inibiu os bandidos que cometerem o assalto a mão armada.
O rapaz que vinha na frente desesperado chamou a viatura da PM e contou que foram quatro bandidos, todos armados, que surgiram do mangue e sumiram pelo mangue também. Apesar de agente ter levado um segurança, nós desistimos na hora de ficar para fotografar o pôr do sol na beira do Potengi pela falta total de segurança. A guarnição que estava no local, não inibiu os meliantes e a sensação de insegurança tomou conta de todos que tinham câmeras de alto padrão e caras, alvo fácil para os bandidos que estão aterrorizando turistas e fotógrafos no caminho do Forte dos Reis Magos. Como eram quatro bandidos armados, todos foram unânimes em sair do local imediatamente.
O sentimento que fica é de total falta de segurança. Ora, se não há segurança num dos principais pontos turísticos de Natal, imagine na noite pelos bairros! Os turistas comprovaram da por maneira que está muito perigoso visitar Natal. O grupo de fotógrafos descobriu da pior forma que não é possível fotografar as belezas da Cidade do Sol com equipamentos caros porque o Governo do RN continua inerte com a Segurança Pública.
Alex Gurgel Fotógrafo, professor de Fotografia e jornalista
A Fortaleza dos Reis Magos é uma edificação militar histórica localizada na cidade de Natal, onde ajudou a começar a fundar o que seria hoje o estado do Rio Grande do Norte, além de ser o marco inicial para a fundação da capital potiguar. É administrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão do Ministério da Cultura.
Recebeu esse nome em função da data de início da sua construção, 6 de janeiro de 1598, dia de Reis pelo calendário católico.
O prédio foi construído no início da dominação portuguesa ao Brasil quando a terra era ameaçada por corsários franceses que traficavam o pau-brasil. Sob o comando do Capitão-mor da Capitania de Pernambuco, Manuel de Mascarenhas Homem, com ordens para iniciar uma fortificação. Para a defesa do acampamento, junto à praia, foi iniciada uma paliçada de estacada e taipa, com planta no formato circular, à moda indígena, a 6 de janeiro de 1598 (dia dos Santos Reis), enquanto se procedia à escolha do local definitivo para a fortificação ordenada pela coroa portuguesa.
Hoje, o prédio, que é importante para a história potiguar, se encontra com a reforma paralisada. Foi tombado pelo Patrimônio Histórico desde 1949 e esteve sob a administração da Fundação José Augusto, fundação pública ligada ao Governo do Rio Grande do Norte, de 1965 até dezembro de 2013. A última grande intervenção de conservação foi realizada em 2005.
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