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Pesquisadores da UFRN criam dispositivo odontológico de fácil manuseio

UFRN

O dispositivo desenvolvido na UFRN pode ser usado em Cirurgia Ortognática e Harmonização Facial., evita erros na hora de medir a arcada.

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A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criou um dispositivo de fácil manuseio, baixo custo, alta reprodutibilidade e com destino para odontologia. O que ele faz? É possível medir a quantidade de dente anterior que fica exposto em uma posição que os profissionais chamam de repouso.

O que significa repouso? Esta posição representada pelos músculos da face relaxados, com os dentes sem contato.

A professora Adriana da Fonte Porto Carreiro, orientadora do projeto, que resultou na invenção, explica que o dispositivo pode ser utilizado em todas as áreas odontológicas. Desde que tenham interesse em mensurar com precisão a exposição da coroa dos dentes incisivos superiores ou inferiores, já que, quando adaptado no dente, permite medir a quantidade de exposição de dentes anteriores.

“É um dispositivo intraoral, ou seja, usamos dentro da boca do paciente. Ele permite mensurar e acompanhar modificações faciais e dentárias, como as que ocorrem com o envelhecimento, que provocam a diminuição da exposição dos incisivos superiores e o aumento da exposição dos incisivos inferiores. Essa alteração, com o envelhecimento, transforma desde a oclusão até o sorriso”, pontua Adriana Carreiro.

Pode ser usado em Cirurgia Ortognática e Harmonização Facial

Nos casos de cirurgia ortognática, indicada para melhorar a função mastigatória, respiratória e a estética facial. Nessa situação, o planejamento da cirurgia é norteado pela posição dos dentes anteriores superiores, tornando a mensuração essencial.

Outra situação é em casos de harmonização facial, no qual o dispositivo é útil para o acompanhamento dos procedimentos estéticos faciais que alterem a posição dos lábios. Simplício frisa que o dispositivo consegue fornecer as informações para guiar o plano de tratamento e indicar a necessidade de correções da posição dos dentes, seja com procedimentos reabilitadores, com ortodontia ou com a combinação de especialidades.

Egressa do Programa de Pós-Graduação em Clínicas Odontológicas, do Departamento de Odontologia da UFRN, Marina Bozzini Paies acrescenta outros exemplos de aplicação do equipamento: na reabilitação oral e na área de Dentística, onde pode justificar ajustes estéticos e quantificar o incremento necessário para tratamentos estéticos que sugerem a jovialidade do paciente, ou ainda na área acadêmica, possibilitando comparações precisas em pesquisas científicas clínicas, com padronização e alta reprodutibilidade.

“Parece fácil medir com precisão a exposição de dentes anteriores. A dificuldade está relacionada ao fato de que, com métodos convencionais, ao aproximarmos a régua ou o paquímetro dos lábios e dentes, o paciente reage involuntariamente com contração muscular, alterando a quantidade de exposição dos dentes. O nosso dispositivo de mensuração intraoral se torna inovador por reduzir a necessidade de outro profissional para conferir a mensuração”, circunstancia Marina Paies.

Além das três, integram o grupo de inventores Lucas Cavalcante de Sousa, Anne Kaline Claudino Ribeiro e Ruy Veras Filho. O pedido de patente recebeu o nome de “Dispositivo intraoral para mensuração de exposição de dentes anteriores”.

Os protótipos desenvolvidos foram impressos em resina e estão em processo de ajustes finos, melhoria de impressão e produção em aço cirúrgico.

Patenteamento

Na UFRN, o primeiro passo para os interessados em proteger a tecnologia é fazer a notificação de invenção dela. O procedimento ocorre no próprio sistema SIG, na aba Pesquisa. Os passos seguintes recebem o acompanhamento da Agência de Inovação da Reitoria (Agir). Dessa maneira, a Universidade procura garantir aos seus cientistas suporte no processo de pedido, auxiliando na escrita e até em questões burocráticas, como a responsabilidade pelo pagamento de taxas. Assim, uma série de atividades necessárias à existência da patente, como a quitação de anuidades, o pedido de exame e a concessão do pedido, são exemplos de atribuições da UFRN, especificamente da Agir.

O ponto culminante é a concessão da patente. Também chamada de Carta Patente, é um documento concedido pelo INPI após análise sobre, entre outros aspectos, os requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. A carta é um ato administrativo declarativo e confere a seu titular a exclusividade de uso, comercialização, produção e importação de determinada tecnologia no Brasil.

A caminhada para a concessão de uma patente exige obediência a critérios temporais previstos em lei. Após o depósito, o Instituto guarda o documento por 18 meses em sigilo. Em seguida, o estudo entra em publicação e fica, pelo mesmo período, aberto a contestações. Passados os três anos, o Instituto parte para a análise em si. Por esse motivo, é comum a concessão ocorrer após quatro anos do depósito.

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Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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